Com a bagagem de ter jogado mais de 20 partidas pela seleção da Colômbia no início dos anos 2000, Andrés Orozco resolveu topar o desafio de encarar o futebol brasileiro vestindo a camisa do Inter no meio de 2007. O colombiano chegou a ser titular com Abel Braga, a quem mantém até hoje um carinho especial, mas perdeu espaço com Tite e deixou o clube no fim de 2008. Na carreira, o ex-zagueiro também se acostumou a jogar na altitude e, em exclusiva ao Zona Mista, deixa um alerta ao colorado para a partida da próxima terça na estreia da Libertadores de 2021 contra o boliviano Always Ready.
Zona Mista: Como aconteceu a sua contratação pelo Inter? Era o melhor momento da sua carreira quando você chegou ao clube?
Orozco: Minha contratação pelo Inter surgiu quando eu estava jogando no México e voltei para o Independiente Medellín, da Colômbia, mas com uma cláusula de que eu poderia sair caso viesse uma oferta de um clube do exterior. Além do Inter, eu tinha mais duas propostas. Uma do Chile e outra do México. Mas eu gostei mais da ideia de ir para o Brasil e jogar no Inter. Foi um bom momento, já que eu estava mais maduro e experiente. Eu não diria o melhor momento da carreira. Antes eu havia jogado na seleção da Colômbia por muitos anos.
Zona Mista: O seu primeiro treinador no clube foi o Abel Braga, multicampeão pelo Inter. O que você lembra dele? Em 2020, ele voltou ao Inter e acabou vice do Brasileirão. Chegou a acompanhar alguns jogos?
Orozco: Sim. No Inter, meu primeiro treinador foi o Abelão. Quando eu cheguei, ele não me conhecia. Mas quase o tempo todo eu saía jogando com ele. Fomos campeões da Copa Dubai e do Gauchão em 2008. Quando o Abel saiu, o Tite chegou e eu tinha pouco tempo restante de contrato. Surgiu a possibilidade de eu ir jogar no Goiás, mas optei por ficar até dezembro.
Zona Mista: Depois, em 2008, você chegou a pegar o início do trabalho do Tite, hoje na Seleção Brasileira. Quais lembranças você tem de Tite?
Orozco: A verdade é que, com Tite, acabei sendo um pouco “rebaixado” no elenco do Inter. Eu joguei bem pouco, até porque chegaram novas contratações para o plantel. Além disso, existia a questão de que eu tinha pouco tempo de contrato sobrando. Mas o Tite é um ótimo treinador.
Zona Mista: Muitos torcedores colorados dizem que aquele Inter de 2008, com D’Alessandro, Nilmar, Alex, Taison, Guiñazu, etc, foi um dos melhores times da história do clube. Você concorda? Como era a convivência com eles?
Orozco: Sem dúvida, foi um grande time. Eram jogadores que formavam uma família no grupo. Tínhamos uma mescla de jovens com outros mais experientes. Conquistamos a Sul-Americana jogando muito bem. A verdade é que eram homens que fizeram daquele time um grande time.
Zona Mista: Como ocorreu a sua saída do Inter? Você deixou o clube magoado? Gostaria de ter ficado mais tempo no Beira-Rio?
Orozco: Eu terminei o meu contrato em dezembro de 2008 e naquele momento eu estava jogando bem pouco. Não tive a oportunidade de renovar, mas me lembro do Inter como um dos melhores times da América do Sul. Apesar de ter o desejo de ficar mais tempo no clube, saí tranquilo porque, em um futebol tão difícil como o brasileiro, tive a chance de fazer muitos jogos com grandes profissionais.
Zona Mista: Para encerrar, o Inter vai estrear na Libertadores jogando em uma altitude de cerca de 4 mil metros na Bolívia, contra o Always Ready. Você jogou muitas vezes na altitude em sua carreira? Qual a melhor forma de encarar?
Orozco: Com certeza é muito difícil jogar na altitude. Mas o Inter tem uma grande equipe e com certeza, da forma como joga, vai conseguir fazer uma grande partida. É claro que não vai conseguir correr da mesma forma, mas o Inter tem atletas experientes que sabem atuar neste tipo de jogo.