
Quase 20 anos depois, o ex-lateral-esquerdo Ademar abriu o jogo sobre tudo que aconteceu na Batalha dos Aflitos, onde acabou sendo encarado como vilão do Náutico por ter perdido o segundo pênalti contra o Grêmio na partida decisiva da Série B. Com apenas 7 homens em campo depois das expulsões, o time gaúcho se segurou com uma defesa de Galatto e depois ainda venceu por 1×0 com gol de Anderson, garantindo o acesso e o título.
“Ali, tudo desabou. Passei dois dias sem dormir e sem comer, eu só chorava. A partir do momento que eu perdi o pênalti, foi muito difícil. Questão psicológica. Havia o plano do acesso, de subir, festa. Mas foi frustração e tristeza. Estávamos altamente confiante para essa partida, que seria uma guerra. Tínhamos nos fechado para fazermos o jogo e subir com o Náutico”, disse Ademar, em nova entrevista ao canal do Cartolouco.
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O ex-lateral afirma que não se sente culpado e que tem até orgulho de sua atitude, já que teve personalidade de pegar a bola e bater quando “ninguém quis”:
“Ninguém quis bater. No momento, tinha quatro a cinco batedores. O Bruno Carvalho já tinha saído, foi quem bateu o primeiro. Eu só fui para a bola porque ninguém quis ir. Quando deu toda a confusão, eu peguei a bola e dei para o Danilo, que era um dos batedores, dizendo a ele para se afastar e se concentrar. Olhem para o banco, não tinha ninguém. Pô, será que ninguém vai bater? Se ninguém vai, então eu vou”, disse.
“Começaram as expulsões deles e eu disse: ‘Subimos, acabou’. Ficou faltando só mais uma expulsão para ter insuficiência de atletas. A partida acabaria ali. No pênalti, eu estava apreensivo, não nervoso. Depois, entrei em estado de choque. Eu não ouvia mais nada. O jogo seguiu e eu fiquei perdido em campo. Só assistindo. Desabou tudo”, acrescentou.
Ademar nunca mais bateu pênalti
Mesmo jogando por quase mais 10 anos desde a Batalha dos Aflitos, inclusive na Bulgária, onde defendeu o CSKA Sofia, Ademar nunca mais teve a chance de bater um pênalti desde o fatídico jogo contra o Grêmio:
“Não, nunca mais bati. Mas era o que eu queria. Eu precisava ir para algum canto que tivesse um pênalti para eu bater. Hoje eu me garanto. Eu estava treinado. Se tivese oportunidade, eu estaria pronto. Mas não rolou em lugar nenhum”, encerrou.