Diversas entidades de imprensa vinculadas ao exercício do jornalismo assinaram notas oficiais nesta quinta-feira contra o técnico Renato Portaluppi. No dia anterior, o treinador adotou tom de ameaça aos repórteres e profissionais da mídia depois do empate em 1×1 com o Cruzeiro, fora de casa, em mais uma rodada válida pelo segundo turno do Brasileirão.
Soltaram notas oficiais contra Renato a Associação Riograndense de Imprensa (ARI), a Associação dos Cronistas Esportivos Gaúchos (Aceg-RS) e a Associação dos Cronistas Esportivos do Brasil (Aceb), além do Sindicato de Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SindJoRS) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).
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Nota oficial assinada pela ARI, ACEG e ACEB:
A Associação Riograndense de Imprensa e a Associação dos Cronistas Esportivos Gaúchos e a Associação dos Cronistas Esportivos do Brasil manifestam veemente repúdio às acusações genéricas e às ameaças irresponsáveis proferidas de forma reiterada pelo treinador Renato Portaluppi, do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, contra profissionais de imprensa do Rio Grande do Sul.
Embora tenha todo o direito de questionar críticas e de contestar informações que julga equivocadas, o referido profissional age no limite da delinquência e compromete a integridade do clube que defende ao incitar a torcida a constranger jornalistas e seus familiares, como fez na entrevista coletiva que concedeu depois do jogo da última quarta-feira em Belo Horizonte. Ao divulgar publicamente esta posição conjunta, a ARI a ACEG e ACEB conclamam as autoridades no sentido de prevenir consequências graves para manifestações de tamanha irresponsabilidade.
Trecho da nota do SindJoRS e da Fenaj:
O Sindicato de Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SindJoRS) – com apoio da Fenaj, Federação Nacional de Jornalistas –, vem a público afirmar que NÃO ACEITA, em hipótese alguma, ameaças à integridade de jornalistas e suas famílias. Episódios recentes, envolvendo o Grêmio Football Porto-Alegrense, nos direcionam a memórias nefastas de uma época que repudiamos.
Há alguns meses, em razão da má campanha do Grêmio no Campeonato Brasileiro de Futebol (que deveria ser entretenimento), o técnico Renato Portaluppi, nas entrevistas coletivas, possivelmente como forma de desviar a atenção para a performance dele como líder da equipe, ataca jornalistas e cronistas esportivos. Até então, pensava-se ser a personagem que ele criou para si.
O SindJoRS e a Fenaj lembram a todas e todos que esse tipo de discurso não apenas fere a liberdade de imprensa, como atinge o direito do jornalista de publicizar o que suas fontes lhe apresentam. Ameaças ao trabalho de jornalistas nos remetem a uma época ditatorial que lutamos para que não se repita.