Satisfeito com os resultados, mas preocupado com o desempenho, a direção do Inter resolveu trocar o treinador antes das semifinais da Libertadores de 2010. O uruguaio Jorge Fossati dava adeus ao cargo e Celso Roth, que estava empregado no Vasco, teria a oportunidade do seu primeiro grande título da carreira.
A mudança deu resultado. Superior a São Paulo e Chivas, o colorado venceu os adversários e faturou o bicampeonato da América. Mas, para o centroavante Alecsandro, titular durante toda a campanha, o Inter venceria mesmo se Fossati tivesse permanecido.
“Até hoje não entendi o porquê de o Fossati sair. Acredito que seríamos campeões com ele ou com Roth”, falou à Rádio Bandeirantes neste sábado.
O atual jogador do CSA, com 39 anos, ficou de fora da finalíssima contra o Chivas no Beira-Rio por uma lesão muscular. Ele lembrou detalhes do “veto” do departamento médico.
“O Celso Roth lutou até o fim para que eu pudesse entrar em campo (no Beira-Rio). Eu estava escalado. Mas chamei o Roth e disse que não tinha condições. O Roth não aceitou, mas falei que era melhor outro, com mais condições”, acrescentou.
Sem Alecsandro, Sobis foi o titular naquela noite e inclusive marcou o primeiro dos três gols do Inter na vitória de 3×2.
O que diz Fossati sobre o Inter de 2010
Atual treinador do River Plate-URU, Jorge Fossati foi entrevistado recentemente pelo canal Vozes do Gigante, do YouTube, e avaliou ter sido demitido “com mentiras”, já que vinha dando na Libertadores os resultados que a diretoria esperava.
“Vieram na minha casa me contratar (Fernando Carvalho e Vitorio Piffero, dirigentes da época) e só faltaram se ajoelhar pedindo a Libertadores. Eu não concordava, dizia que o Inter tinha outras competições e não deveria focar só em uma. Mas eles só queriam a Libertadores. Naquele ano, eu era o único treinador estrangeiro no Brasil. Será que não fui demitido para que um gringo não ganhasse? Não sei. Mas quando o Fernando foi na minha casa comunicar a demissão, eu fiquei surpreso. Nós sabíamos que não era verdade a justificativa”, destacou, antes de continuar:
“Falava que os resultados eram ruins, que precisavam melhorar, sendo que desde a pré-temporada em Bento Gonçalves só se falava em Libertadores. Estávamos na semi tendo passado pelo Banfield, campeão argentino e Estudiantes, atual campeão da América. Fiquei surpreso e muito chateado. Não quis falar nada na época e não quis ficar mais nenhum dia em Porto Alegre. Não queria contagiar com o meu nome de forma negativa o Inter”.
O uruguaio garante que, até hoje, não ganhou nem “telegrama” pelo título de 2010. Roth, por sua vez, seguiu no cargo e fez parte da derrota fatídica para o Mazembe, no Mundial. Permaneceu para 2011 e foi demitido antes do meio do ano. Voltou ao clube em 2016, no seu último trabalho até agora, fazendo parte da campanha do inédito rebaixamento.