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Inter aproxima base do Beira-Rio e mira revelar um “novo Alexandre Pato” para 2026

Projeto para 2026 prevê base mais próxima do time principal, uso do sub-20 no Gauchão e aposta em novas joias

O projeto do Inter para 2026 passa, obrigatoriamente, pelo Celeiro de Ases. Depois de flertar seriamente com o rebaixamento no Brasileirão, o clube decidiu aproximar ainda mais as categorias de base do time principal e mirar um “novo Alexandre Pato”, repetindo a fórmula que deu certo em 2006 e rendeu, logo depois, uma venda histórica ao Milan. A ideia é deixar o Sub-20 mais próximo do Beira-Rio e ter talentos aos olhos da nova comissão técnica, agora comandada por Paulo Pezzolano.

Abel Braga, agora diretor técnico, tem papel central nessa virada. Na sua apresentação, ele lembrou como surgiram talentos no passado observando treinos da base logo após as atividades do profissional. “Você sabe como eu vi o Pato? Aqui onde é o estacionamento hoje era campo de treinamento. Acabava o treino dos profissionais, eu encostava na tela para ver os garotos. Um dia falei para o Fernando: ‘Tem um moleque aí que é um diabo’”, recordou Abel, citando o processo que revelou Alexandre Pato antes do Mundial de 2006.

O contexto ajuda a explicar a pressa por mudanças. Em 2025, o Inter viveu um ano duro também na base: o time Sub-20 terminou o Campeonato Brasileiro na 18ª posição e foi rebaixado para a Série B da categoria, algo raro na história do Celeiro de Ases e que acendeu um alerta interno sobre o processo de formação. A leitura dentro do clube é de que não basta apenas “subir guris”, mas criar um ambiente em que a transição seja mais qualificada e constante.

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Inter mira Kempes, João Bezerra e a nova geração de 2009

Mesmo com o golpe do rebaixamento na base, o Inter enxerga uma safra promissora. Entre os nomes citados por Abel está o meia João Kempes, nascido em 2009 e filho do falecido atacante Kempes, vítima do acidente da Chapecoense em 2016. Ele chegou ao clube em 2024, já soma 47 jogos na temporada, 14 assistências e 5 gols pelo sub-17, além de ter trei

nado com o profissional e assinado seu primeiro contrato em 2025. Outro nome muito observado é o centroavante João Bezerra, artilheiro do Sub-17, que já chama a atenção do Chelsea e tem multa na casa de 60 milhões de euros.

O plano traçado pela direção e por Abel passa por uma mudança prática no calendário. Em 2026, o Inter vai disputar os primeiros jogos do Gauchão com a equipe Sub-20, comandada por profissionais da casa, enquanto a Copa São Paulo de Futebol Júnior será jogada pelo Sub-17. A ideia é usar o Estadual como grande vitrine: quem se destacar nessas rodadas iniciais fica com espaço real no elenco principal para o restante da temporada, como aconteceu com Pato, Luiz Adriano e tantos outros.

Abel também deixou claro que quer reduzir a distância simbólica e física entre Beira-Rio e Alvorada. O diretor técnico fala em mais jogos-treino misturando suplentes do profissional e meninos da base, presença constante da comissão em Alvorada e reuniões frequentes para alinhar modelo de jogo e comportamento. O objetivo não é apenas revelar e vender, mas formar jogadores que entendam onde estão pisando e suportem a pressão de um clube que, nas palavras do próprio Abel, viveu um “ano anímico horrível” e não pode repetir 2025.

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