Pela primeira vez, o Grêmio se manifestou publicamente sobre Pedro Caixinha e mostrou visível incômodo com a negociação fracassada, que acabou, de última hora, gerando a ida do treinador português para o Santos. Em entrevista dada ao jornal Zero Hora, o presidente Alberto Guerra criticou a postura do técnico e de seu staff, garantindo que o clube não entra em leilão.
Guerra também confirmou as informações dos últimos dias da negociação, de que Caixinha teria feito pedidos extras no contrato como auxílio de passagens aéreas, moradia e proteção cambial, entre outros tópicos.
“O que eu posso dizer é que o Grêmio atendeu todas as exigências até segunda-feira (23), ao meio-dia, quando foi pedido: ‘Ou se assina ou estamos fora’. Foi quando disseram que não assinariam e duas horas depois o anunciaram no Santos. Então, isso nos leva a crer que eles estavam sim negociando em paralelo e, obviamente, lá deve ter tido uma oferta maior”, declarou.
“Importante dizer que o Grêmio não entra em leilão. Somos muito diligentes com as coisas do Grêmio. Poderíamos anunciar qualquer treinador a qualquer momento, aceitando condições financeiras muito mais altas que o mercado oferece. Essa não é nossa maneira de atuar. Apesar de o Grêmio ser um dos maiores e melhores pagadores de treinadores do Brasil, a gente sempre explica para o técnico que quem vem para cá não é por dinheiro. É um projeto, e a gente espera isso de qualquer profissional que seja contratado no clube”, ampliou Guerra, para depois falar dos pedidos:
“Teve. Teve bastante destes pedidos, que eram ultrapassados e depois voltavam. Nitidamente para ganhar tempo porque alguma coisa estava acontecendo paralelamente”.
Grêmio perto de Quinteros?
Nesta mesma entrevista, Guerra afirmou que é apenas uma “questão de tempo” para o Grêmio anunciar o seu novo treinador. Ele não citou o nome, mas já se sabe que o clube tem acerto encaminhado com o argentino naturalizado boliviano Gustavo Quinteros, que estava no Vélez, da Argentina.
“Nós temos uma negociação muito bem encaminhada. Não vou falar em nomes. Nunca abrimos isso antes de fecharmos a negociação. O que posso dizer hoje ao torcedor é que não há motivo para duvidar da palavra que o treinador já deu para o clube e do aceite dado para uma proposta. Com um documento assinado, com multa”, disse o mandatário do Grêmio.