Mesmo sem grandes estrelas no time, mas com uma raça e uma química muito grande com a torcida, o Grêmio surpreendeu e chegou à final da Libertadores de 2007, parando apenas no Boca Juniors na grande decisão. A famosa campanha foi lembrada recentemente pelo volante do time naquele ano, Diego Gavilán, em entrevista concedida ao jornalista Duda Garbi.
Ele, que também passou pelo Inter na carreira, lembrou com carinho da mobilização da torcida para a grande final, apesar dos 3×0 sofridos na ida na Bombonera. O paraguaio ainda lembra ter prometido dar o seu bicho, isto é, a sua premiação a mais em dinheiro, para o atacante Carlos Eduardo em caso de título.
“Tomamos três contra o Boca Juniors, que era uma máquina. Mas às 11h da manhã do dia seguinte já não tinha ingresso para o jogo da volta. Meu pai e meu sogro não conseguiram chegar do Menino Deus até o Olímpico, não conseguiram entrar. Era muita confiança da torcida no time pelas coisas que fizemos ao longo da competição. Eles conseguiram lotar o estádio e acreditaram na gente”, disse, antes de acrescentar.
“Se a bola do Diego Souza que foi na trave, entra, era 1×0 e o Olímpico ia ser outro. Bem no começo, Schiavi tem um cabeceio que vai no goleiro, era 2×0. Imagina se fica 2×0 naquele momento. Isso nós criamos. Mas esse grupo sabia das nossas limitações. A gente também sabia quem eram os jogadores que poderiam marcar diferença”.
“Tanto é assim que, no café antes da saída para o estádio, eu falei para o Carlos Eduardo: ‘Se a gente for campeão e tu fizer com que eu seja campeão, eu te dou o meu bicho’. Porque eu sabia que ele era o diferente do time. E ele não acreditou. Eu falei: ‘Me dá a mão, vou te dar meu bicho’. Era bicho dobrado para ele, exatamente”, finalizou Gavilán.
Naquela campanha, o Grêmio passou aperto inclusive para passar da primeira fase, mas depois foi avançando virando em casa contra São Paulo e Defensor, para depois eliminar o Santos dentro da Vila Belmiro na fase de semifinal.