
A permanência do Inter na Série A, garantida com a vitória por 3×1 sobre o Bragantino e a combinação de resultados que rebaixou Ceará e Fortaleza, não gerou apenas alívio e celebração. A forma como o clube comemorou no gramado e nas arquibancadas passou a ser alvo de críticas de dois dos nomes mais conhecidos da mídia esportiva brasileira: Tiago Leifert e Galvão Bueno, que viram na festa colorada um sinal de acomodação diante de uma temporada considerada muito abaixo da grandeza do clube.
No seu conteúdo em vídeo nas redes, Tiago Leifert reconstruiu a sequência dramática da última rodada, lembrou as mudanças de posição na tabela minuto a minuto e reconheceu o sofrimento vivido pela torcida. Ele citou o pênalti convertido por Alan Patrick, o gol de Carbonero e a queda do Fortaleza com a virada do Botafogo, destacando como o Beira-Rio passou do silêncio ao barulho ensurdecedor em questão de minutos. Para o apresentador, no entanto, o problema não está na explosão de alívio, e sim no tom de “festa de título” que tomou conta do ambiente.
Mais cedo, o Zona Mista revelou com exclusividade a análise de Mauro Cezar Pereira, que também disparou contra a temporada colorada e classificou como “ridícula” a forma como o time comemorou a simples permanência na elite do futebol brasileiro.
Críticas ao Inter focam na dimensão da festa após se salvar na Série A
Leifert foi direto ao ponto ao avaliar a reação colorada depois de escapar do Z4. Ele lembrou que o Inter é campeão mundial e da Conmebol Libertadores, citou o bom momento vivido no início do ano e questionou como um clube desse tamanho chegou à situação de depender de resultados paralelos para não cair. Na sua visão, o dia seguinte deveria ser de vergonha esportiva e autocrítica, não de euforia.
“Eu vi a festa do Inter e eu discordo. Eu entendo o alívio, mas parecia festa de título, né? (…) É um time que foi campeão mundial, um time campeão de Conmebol Libertadores. A permanência na Série A não tem que ser celebrada. Ela tem que ser uma preocupação. A permanência na Série A tem que ser algo pra se pensar. O sentimento não é de hoje acordar e dar entrevista e falar ‘chupa’, né? É de continuar pedindo desculpa para a torcida e de olhar e entender o que aconteceu. E fazer reuniões muito profundas lá para entender o que aconteceu com um elenco desse”, criticou Tiago Leifert.
Para o comunicador, o Inter precisa olhar para a linha do tempo de 2025. Em maio, brigava de igual para igual com o Flamengo, com elogios ao time de Roger Machado e expectativa de disputa na parte alta da tabela. Meses depois, vivia trinta minutos de desespero absoluto, com a própria história em jogo, e dependia da mística de Abel Braga para sobreviver. A permanência, na leitura de Leifert, deveria ser ponto de partida para uma grande reconstrução, não motivo para festa prolongada.
Do outro lado, em seu programa na Band, “Galvão e Amigos”, Galvão Bueno seguiu a mesma linha crítica. O narrador reconheceu o peso do alívio, mas subiu o tom ao falar da responsabilidade de dirigentes, comissão técnica e elenco em relação à torcida colorada. Para ele, a grandeza do Inter torna ainda mais grave a campanha que levou o clube a flertar com o segundo rebaixamento da história.
“O Inter não tem o direito de fazer isso com a sua torcida. A direção, a gestão, os jogadores… o Inter é muito grande, muito grande, a camisa é muito pesada, muito importante. O Inter não tem o direito de fazer isso com a sua torcida. Foi uma festa, mas não pode ser assim não”, afirmou Galvão, em sua análise na TV Bandeirantes.
As duas críticas se encontram no mesmo ponto central: o tamanho do Inter. Para Tiago Leifert e Galvão Bueno, escapar do rebaixamento é, sim, um alívio gigantesco, mas, para um clube campeão mundial e da Conmebol Libertadores, deveria soar como alerta máximo e motivo de vergonha esportiva. O contraste entre a festa no gramado e o discurso duro da TV expõe o debate que deve marcar o começo de 2026 no Beira-Rio: transformar a “noite do milagre” em fim de ciclo ou em ponto de virada real na forma de gerir futebol.
+ Dia seguinte: Abel Braga dá nova entrevista e fala sobre permanência no Inter
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