Funcionário do ex-gremista Fernando continua preso na Rússia: “Ele tem que me tirar”

Já se passou um ano da prisão de Robson Oliveira, ex-motorista do volante Fernando, formado nas categorias de base do Grêmio. Seduzido por uma proposta para trabalhar, ao lado da mulher, como funcionário do jogador na Rússia, onde o atleta defendia o Spartak Moscou, Robson foi detido ainda no aeroporto russo por ter sido flagrado com medicamentos na mala que são proibidos em tal país.

Fernando confirmou, ainda em 2019, que os remédios pertenciam a Willian Pereira Faria, o pai de sua esposa, ou seja, seu sogro. Agentes do aeroporto tomaram posse de duas caixas do remédio Mytedom 10mg (cloridrato de metadona), comprimido usado contra dores fortes, mas que também pode valer contra o vício em ópio e heroína – o que justifica a proibição na Rússia.

“Todos os momentos (aqui na Rússia) são difíceis. Não tem nenhum momento fácil. Todos os dias são as mesmas coisas, não faço nada. Natal, Ano Novo e Carnaval, pra mim, estão sendo indiferente ultimamente”, disse Robson em entrevista para a TV Globo, antes de acrescentar:

“Até onde eu sei, ele não está fazendo nada. Nem ele e nem a família dele. Então eu quero que ele me tire daqui, porque eu nunca cometi crime nenhum no Brasil e não iria cometer aqui, num país onde eu não conheço nada e não conheço ninguém. Eles não estão fazendo nada, eu quero que ele me tire daqui”, completou.

Em entrevista concedida ainda em setembro de 2019, o jogador garantiu que o remédio era para o seu sogro e que ele deu toda a ajuda possível para livrar Robson da cadeia

Robson garante que não sabia que estava levando do Brasil medicações proibidas. Fernando e sua esposa disseram que se tratava de roupas e alimentos.

“Eu fui preso sem saber o que eu tinha na mala. Eles me informaram que o que eu tinha na mala eram roupas e mantimentos alimentícios”, concluiu.

Ex-volante do Grêmio garantiu que tentou ajudar Robson – Foto: Getty Images

Pavel Gerasimov, advogado russo que trabalha na defesa de Robson, entende que o resultado “mais favorável” que deve ocorrer a partir do julgamento é mais sete anos de prisão. O profissional mantém a expectativa de que o desfecho ocorra no segundo semestre desse ano.

Nascido em Erichim, interior do Rio Grande do Sul, Fernando foi peça ativa no elenco do Grêmio entre as temporadas de 2009 e 2013, quando disputou 140 partidas e marcou 11 gols. Na Europa, passou por clubes como Shakhtar (UCR) e Sampdoria (ITA), além do Spartak Moscou (RUS). Ele também tem passagem pela Seleção Brasileira e atualmente defende o Beijing Guoan, da China.

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