Em sua primeira entrevista desde que o litígio com o Grêmio começou, o atacante Ferreira, ao jornalista Jorge Nicola, no YouTube, avaliou que o fato do seu empresário Pablo Bueno ser o mesmo do atacante Tetê, vendido de forma polêmica no início de 2019 ao Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, pesou de forma negativa na condução das negociações.
“Teve sim (influência). Desde que começou essa briga com o Grêmio, vários empresários me ligaram e falaram assim: “Olha, fecha comigo que a gente consegue no Grêmio tudo que você está pedindo”. Eles também entenderam que a treta era com o Grêmio. E diziam que tinham moral pra chegar na diretoria e conseguir o contrato, ao contrário do meu empresário”, lamentou o jogador.
Pablo, durante todo esse processo nos últimos meses, concedeu fortes entrevistas atacando a direção gremista pela proposta de renovação oferecida (R$ 30 mil com gatilhos de aumento ano a ano, sem luvas), mas também foi alvo das críticas por parte do Grêmio.
Ferreirinha, como é chamado no elenco, fez questão de defender o agente e revelou a bonita ação que Bueno pretendia tomar com a comissão que receberia na assinatura do novo contrato.
“Na proposta de contrato que tiraram minhas luvas, botaram apenas a comissão do agente. Acharam que o Pablo estava só pelo dinheiro. Mas desde o início, não. Ele conhece a minha situação, sempre me ajudou e sabe que não venho de família rica. O Pablo me falou que a comissão dele nessa renovação seria minha, pra eu comprar uma casa pros meus pais, que moram de aluguel. E com as luvas ele me disse pra eu comprar a casa dos meus sonhos, ajudar a família, os meus avós. O Grêmio achou que o Pablo iria crescer o olho e pegar essas luvas pra ele, por isso tirou essa parte do contrato”, acrescentou.
Tetê, vale lembrar, foi vendido por cerca de R$ 42 mi sem jamais ter jogado no profissional – tanto ele quanto Bueno lamentaram a falta de oportunidades com o técnico Renato Portaluppi na época. Afastado, Ferreira busca na Justiça a rescisão contratual com o Grêmio.