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Assim como Abel, Falcão diz que aceitaria missão de salvar o Inter em dois jogos

Ex-meia colorado respondeu a pergunta de Galvão Bueno ao vivo e lembrou a relação histórica com o clube

BANCOU

Paulo Roberto Falcão não fugiu da responsabilidade quando foi colocado contra a parede por Galvão Bueno. Durante o programa Galvão e Amigos, da TV Bandeirantes, nesta segunda-feira, o narrador perguntou diretamente ao ídolo colorado se ele aceitaria fazer o mesmo que Abel Braga fez agora em 2025: deixar a aposentadoria de lado e assumir o Inter por apenas dois jogos, em situação dramática de risco de rebaixamento. Falcão não titubeou e respondeu que sim, que aceitaria o desafio de comandar o clube nesse cenário de emergência.

A resposta, firme e rápida, rendeu elogios imediatos de Galvão, que disse nem esperar algo diferente de um dos jogadores mais importantes da história colorada. Falcão é personagem central na construção do “Inter campeão de tudo”: foi líder do meio-campo tricampeão brasileiro nos anos 1970 e é tratado oficialmente pelo clube como um dos maiores ídolos de todos os tempos. No programa, Galvão aproveitou justamente essa ligação afetiva e histórica para cruzar a pergunta: se estivesse na mesma situação de Abel, chamado às pressas, ele iria? A resposta positiva reforçou a ideia de que a velha guarda colorada ainda se vê à disposição do clube em momentos de crise.

Ao longo do debate, o clima era de análise sobre a permanência do Inter na Série A, garantida na vitória por 3×1 contra o Bragantino no Beira-Rio e na combinação de resultados que rebaixou Ceará e Fortaleza. A “missão Abel” foi tratada como algo quase sobrenatural pela mesa, e Falcão foi instigado a se imaginar no lugar do amigo. Galvão destacou a coragem de aceitar um trabalho tão curto, com altíssimo risco de arranhar a própria biografia, e mostrou surpresa positiva com o fato de Falcão toparia algo semelhante.

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Falcão lembra passado no Inter e experiência difícil em 2016

A fala de Falcão ganha ainda mais peso quando se olha para o seu histórico como treinador do Inter. Ele já comandou o clube em três passagens diferentes: em 1993, em 2011 e em 2016, quando voltou ao Beira-Rio no meio de uma crise pesada e acabou demitido após apenas cinco jogos, com a equipe já ameaçada pelo rebaixamento que mais tarde se confirmaria no fim daquela temporada.

Em 2011, Falcão deixou a função de comentarista na TV para assumir o Inter, conquistou o Campeonato Gaúcho em decisão sobre o Grêmio, mas não durou muito mais no cargo e acabou afastado pela gestão de Giovanni Luigi meses depois. Em 2016, retornou ao clube já com o time em situação delicada e, sem tempo para uma ruptura mais profunda no elenco, saiu após dois empates e três derrotas, com pouco menos de um mês de trabalho. Aquele Brasileirão terminaria com o rebaixamento inédito do Inter para a Série B.

Por isso, quando Falcão diz hoje que aceitaria uma missão de apenas dois jogos, a fala carrega também o peso de quem já viveu um cenário semelhante, porém com desfecho amargo. A diferença é que, desta vez, o pedido hipotético viria em um contexto de “tudo ou nada”, como foi com Abel Braga ao substituir Ramón Díaz na reta final de 2025, entrando direto em um Brasileirão que terminaria com o Inter salvo na última rodada.

O programa na Band reforçou ainda a percepção de que Abel recolocou em evidência uma geração de técnicos históricos ligados ao clube. Galvão, que já havia dedicado análise especial à relação com Abel em outra edição e foi tema de matéria no Zona Mista, agora ampliou o debate para Falcão, colocando lado a lado dois dos maiores símbolos colorados da beira do campo.

Com Inter tentando reorganizar o departamento de futebol e discutindo o futuro de Abel em cargo de direção, a fala de Falcão cai como combustível para o imaginário do torcedor. Se o clube seguisse na Série B, a discussão poderia ser outra. Mas, salvo na elite para 2026, o Inter se vê cercado por ídolos dispostos a se envolver mais uma vez. Pelo menos no discurso público, Abel já fez a parte dele dentro de campo. E Falcão, se fosse chamado para uma missão relâmpago semelhante, deixou claro: também não diria não.

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