Fala, Diego Aguirre: 10 perguntas e respostas do treinador sobre o Inter de 2015

Por que Anderson foi contratado? O que aconteceu na derrota para o Tigres na semi da Libertadores? Qual o motivo da demissão na véspera de um Gre-Nal? Essas e outras perguntas foram respondidas pelo técnico Diego Aguirre, atualmente no Al-Rayyan, do Catar, em entrevista ao canal Vozes do Gigante, da qual selecionamos os principais trechos abaixo e “abrimos” o Inter de 2015.

Veja também:
1 De 1.184

Por que Anderson foi contratado?

“Não foi um jogador que eu pedi ou recomendei. Foi um tema tratado pela diretoria, da qual não fiz parte nem fui consultado. Um tema da direção. Eu recebi o jogador e tratei de tentar utilizá-lo da melhor forma. Lembro de ter tido inúmeras conversas com ele mostrando vídeos, tentando fazer correções da parte tática. Foi uma contratação que não deu certo”.

Por que o Inter perdeu para o Tigres?

“Creio que nosso time atingiu um alto nível contra o Santa Fé. Se Tigres já é na semana seguinte, pode ser (resultado diferente). Mas aí fica no “talvez”. Lembro que Tigres tinha um forte poder de investimento e contratou uns quatro jogadores bons naquela parada. Acabamos perdendo por um gol, eles foram melhores. Foi justo”, comentou.

Fez diferença você não estar treinando na beira do campo naquela semifinal?

“Talvez sim, é difícil falar. Claro que não gostei, me senti estranho estando lá em cima, sem poder ajudar os jogadores. Não estive no lugar onde um treinador deve estar”.

A diretoria pedia a escalação de jogadores e influenciava no time titular?

“Não, isso não. Eu tinha total liberdade e independência para escalar. Teve um jogo contra o Atlético-MG na Libertadores que deixei D’Alessandro fora e um diretor me perguntou. Eu disse a ele que era o que eu entendia para aquele momento. Sempre tive independência”.

Morte do vice Luiz Fernando Costa fez a diferença para o seu trabalho?

“Foi uma situação muito triste, lamentável. Eu conversava bastante com o Luiz Fernando, ele entendia de futebol, era um homem do futebol. Lamentavelmente passou isso. Veio o Pellegrini, que tentou fazer o seu trabalho. Mas claro que as coisas ficaram diferentes”.

Como foi a demissão?

“Fui pego de surpresa, não esperava. Para nada. De jeito algum. Fui dar um treinamento e o Pellegrini (vice de futebol de Vitorio Piffero) me chamou para uma reunião. Eu estranhei, mas não esperava aquilo. Me disseram que era para criar um fato novo. Ter um fato novo”.

A preparação física estava com problemas?

“De jeito nenhum. Isso foi desconhecimento. Desconhecimento de quem entendia isso. Trouxemos uma forma diferente de trabalhar, que ninguém conhecia. Creio que o Coudet hoje em dia também use parte daquilo que fazíamos. A preparação física do time estava perfeitamente normal. Mas era uma metodologia diferente”.

Como era D’Alessandro no vestiário?

“A verdade é que me ajudou muito. Um grande jogador, uma grande pessoa. Não tivemos nenhum problema. É um grande profissional”.

Por que Valdívia nunca mais foi o mesmo?

“Creio que a lesão que ele teve nos ligamentos do joelho atrapalhou. Teve que fazer a cirurgia e não foi mais o mesmo. Trabalhei também com ele no São Paulo. Fez alguns jogos bons, mas não como jogou no Inter naquele ano”.

Pensa em voltar ao Inter?

“Não tive nenhum convite desde que saí. Mas obviamente que seria espetacular voltar a trabalhar no Inter. Já falei do carinho que sinto pelo Inter e no futuro pode ser uma coisa possível. Mas neste momento não penso nesta situação. Sinto que as portas do clube estão abertas para mim. Em um futuro, por que não?”.

você pode gostar também