Em seu primeiro desafio como executivo de um grande clube brasileiro, Paulo Bracks não está encontrando um cofre lotado para fazer escolhas, sugestões e contratações que venham apenas do seu gosto. Isto porque a ordem no Beira-Rio é de contenção de gastos, algo que não deixa o dirigente com nenhum tipo de “receio”.
Conforme entrevista dada ao portal Globoesporte.com, Bracks, que veio para o Inter depois de um período gerindo o América-MG, disse ter até certa “predileção” por trabalhar com orçamentos menores e, ao mesmo tempo, ter a necessidade de ser “assertivo” nas contratações.
“É um trabalho muito intenso. Mas o clube exige esse trabalho. A gente não consegue trabalhar menos, porque é uma camisa muito forte. Uma história muito grande. Com mais dificuldades pela nossa meta de reduzir a folha, de trabalhar com responsabilidade financeira maior. O que não tenho como receio. Pelo contrário. Eu tenho predileção e gosto de trabalhar com orçamento reduzido, contratações mais assertivas”, declarou o executivo de futebol, antes de acrescentar:
Carlos Palacios foi o único reforço colorado até agora – Foto: Ricardo Duarte/Inter“Minha expectativa era alta, e a nossa realidade é alta. Por isso, acho que a exigência tem que ser alta. A torcida é exigente porque sabe que pode exigir. Não esperava descanso. A gente vai talvez descansar vendo as glórias, os títulos voltando, o clube saneado financeiramente. É o que vai brilhar o nosso olho”.
Até o momento, o único reforço oficial da gestão de Bracks e do presidente Alessandro Barcellos foi o atacante chileno Carlos Palacios, de 20 anos, comprado por cerca de US$ 3 milhões (R$ 16,6 milhões na cotação atual) junto ao Unión Española.
PARA COMPREENDER AS DIFICULDADES FINANCEIRAS DO INTER
– O clube registrou o maior déficit de sua história em 2020, cerca de R$ 90 milhões
– O planejamento orçamentário aprovado pelo Conselho Deliberativo prevê superávit de pouco mais de R$ 100 mil para 2021
– Para isso, o clube necessita vender jogadores. Mas diz que não tem nenhuma proposta oficial na mesa. Praxedes e Vinícius Tobias são os jogadores mais cobiçados no momento
– Na última quarta, foram promovidas as demissões de cerca de 60 funcionários, entre eles Iarley e “Uh” Fabiano. Estas demissões devem gerar uma economia mensal de R$ 1,5 milhão
– Em relação aos jogadores que já saíram, casos de D’Alessandro, Uendel, Musto, Fernández, Matheus Jussa, entre outros, a economia na folha salarial foi de cerca de R$ 2 milhões
– Em entrevista à Rádio Gaúcha, o presidente Alessandro Barcellos admitiu a necessidade de vender jogador para ajudar em contas básicas como luz e água