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Erro “esquecido” do Náutico, bronca em Douglas e time de 2007: Mano volta a falar do Grêmio

Em live com o jornalista Duda Garbi, treinador gaúcho reviveu momentos com o Grêmio

O erro do Náutico em cobrar o escanteio na área e não tocar curto após a defesa de pênalti de Galatto na Batalha dos Aflitos, a enorme bronca no meia Douglas durante amistoso da Seleção contra a Argentina e o time do Grêmio de 2007 foram alguns dos principais temas da live do técnico Mano Menezes com o jornalista Duda Garbi, do Grupo RBS, nesta quarta-feira.

Separamos, abaixo, as principais aspas de cada tema abordado pelo treinador, que segue disponível no mercado desde a saída do Palmeiras em 2019.

Erro pouco comentado do Náutico na Batalha dos Aflitos na Série B de 2005:

“O jogo ficou 30 minutos parado. Perdemos três jogadores e ficamos com sete. Aí desce o presidente, os dirigentes, todo mundo foi para o campo. E você tem tempo de conversar. O que eu posso dizer é que ninguém do Grêmio tinha a expectativa mais de uma reação. Porque mesmo que o Galatto defendesse o pênalti, ainda teríamos mais 12 minutos. Nós com 7 jogadores contra um time inteiro. Eu tiro o Lipatín e boto um zagueiro, o Marcelo Oliveira. Havia uma pressão no Ademar, ele não era o batedor. E eu precisava ter um mínimo de organização. Fiz uma linha de quatro, com o Lucas na direita, o Marcelo Costa na esquerda. O Sandro Goiano e o Anderson na frente, mais nada”, relembrou, antes de concluir:

“Quando o Náutico perde o pênalti, a bola vai pra escanteio. E aí eles cometem um erro crucial. Talvez naquele desespero, ou de ficar incrédulo por toda a situação, não se deram conta no momento. Com superioridade numérica, o que você faz? Gira a bola no chão para encontrar o espaço. Bate curto. Só que eles cobraram o escanteio na área e nós tiramos. E a bola caiu no Anderson. Vem o Batata, faz a falta e é expulso. Depois o Marcelo Costa cobra para o Anderson e sai o nosso gol”.

Bronca grande em Douglas em derrota por 1×0 para a Argentina em amistoso de 2010:

“Esse assunto já veio à tona várias vezes e em algumas entrevistas eu vejo que gostam de botar uma pimenta a mais. Não o Douglas, que fique claro. Ele acabou perdendo a bola e a bronca que falam já acontece ali. Naquela linguagem que todos conhecemos. Tivemos a infelicidade de tomar o gol do Messi. Eu acho o Douglas um grande jogador. Na reconstrução do Corinthians na Série B de 2008, eu que indiquei. Ele estava há três anos no São Caetano e eu pedi a sua contratação. E merecia ser convocado naquele momento. Muita gente elogia e muita gente que veio depois, não convocou. Eu dei a bronca, mas levei o Douglas”.

Time do Grêmio vice-campeão da Libertadores de 2007:

“Nós fomos além do nosso limite. Não era para o Grêmio ter jogado aquela final contra o Boca. Passamos pelo São Paulo, que todos diziam ter um baita time. Depois o Santos, outro grande time, com o sonho do Luxemburgo de ganhar a Libertadores. Fomos passando sempre no limite e tudo isso cobrou o preço contra o Boca, que era uma máquina. O último grande time formado pelo Boca com Riquelme, Palermo, Palacio, Ibarra. Lembro de ter dado uma entrevista depois do jogo de ida na Argentina e disse claramente que o Grêmio já tinha atingido o limite. Uma campanha como aquela cobra o preço. Chegamos na final com o Tuta sem uma perna, o Tcheco com problema no púbis, o Lucas fora”.

Anderson “escondido” no vestiário para entrar no final e se despedir da torcida no Olímpico contra o Santa Cruz em 2005:

“O Anderson tinha voltado de cadeira de rodas de uma participação com a Seleção Sub-17. Tomou uma entrada violenta de um jogador do México e lesionou o tornozelo. Ele jogou contra a Portuguesa e não conseguia aparecer no primeiro tempo. Não arrancava, não driblava. Sem confiança alguma, típico e natural de quem não se recuperou de lesão no tornozelo. Nesse jogo contra o Santa Cruz, eu chamei o Luiz Fernando e disse a ele que iria para o banco, mas não assinaria a súmula. Quem assinaria era o Anderson, mas eu ia deixá-lo no vestiário. A postura de ambos foi corretíssima. Se todos soubessem que ele estava no banco e o time, precisando ganhar, não começasse bem, com 15 minutos já teríamos vaias e pedidos para ele entrar. Isso geraria desconfiança, não seria bom para quem estava em campo. Acabamos ganhando com tranquilidade de 2×0 e ele entrou no fim”.

Título do Gauchão de 2006 dentro da casa do Inter

“Havia uma desconfiança muito grande e uma diferença técnica importante entre as equipes. O próprio torcedor gremista não queria disputar aquela final, pois temia levar uma goleada do Internacional. E eu sabia que do jeito que vínhamos jogando, não teríamos chances de vencê-los. Lembro que, na semana do primeiro jogo, o Alessandro estava indo treinar com o time reserva, porque não tinha jogado na partida anterior. Chamei ele e falei que pensava em usá-lo na linha de meias. Um 4-1-4-1. Ele topou e treinou assim. Tinha uma origem como meia e poderia fazer essa função. Ninguém deu bola para o treinamento, porque eram reservas, era o Sub-20 e ninguém imaginaria mesmo que dali sairia algo para o Gre-Nal. E, no Olímpico, no jogo de ida, entramos com ele no meio. Ele foi expulso em briga com o Fabiano Eller. No jogo da volta no Beira-Rio, fizemos a mesma coisa com o Wellington, lateral-esquerdo, do outro lado. De novo, dois laterais. E conseguimos o título. Arrisco a dizer que esse título do Grêmio deu a conquista da Libertadores para o Inter. Porque ali o Abel Braga, dentro da sua competência, fez os ajustes necessários e as mudanças que deveria fazer. Aquele foi um título que mostra que uma equipe organizada, bem determinada, pode superar uma dificuldade contra um time superior”.

 

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