Lançada oficialmente nesta semana, a biografia “D’Ale: meus sonhos, meu futebol, minha vida, meu legado” apresenta histórias de bastidores e pontos de vista de D’Alessandro sobre passagens marcantes de sua carreira. Em determinado trecho, ele relembra a polêmica do “arrego”, assim chamada pelos gremistas a reunião de líderes no vestiário do Beira-Rio depois de um Gre-Nal de 2018.
Era o auge do bom momento do Grêmio, que vinha de títulos da Copa do Brasil, Libertadores e Recopa, e, em todos eles, provocou o Inter principalmente com a música “1 min de silêncio”. Depois do 2×1 a favor do tricolor na última rodada da primeira fase do Gauchão, D’Alessandro, Marcelo Lomba, Moledo e Roger foram flagrados conversando com Maicon, Marcelo Grohe e Geromel.
No livro, D’Ale explica o porquê de ter liderado este encontro e ataca a postura de Maicon nos momentos seguintes:
“As ofensas estavam virando briga na rua. Temos filhos que vão aos mesmos colégios, era exagerado. Grohe é uma pessoa bárbara, me acompanhou em ações sociais, com Geromel nunca houve problema. Cinco pessoas entenderam, Maicon não. Saiu dali dizendo que tínhamos pedido para não debocharem. O fotógrafo deles tirou uma foto sem que autorizássemos. Quis fazer média com a torcida, que tinha ido protestar uns dias antes. Foi um irresponsável”, disse o argentino.
Hoje, 11 de março de 2021, completam-se três anos da maior vergonha que um clube de futebol pode passar: pedir arrego ao seu maior rival.
Vestiário do Beira-Rio após Internacional 1×2 Grêmio, dois gols de Luan, o Rei da América e pai deles.
VOCÊS PEDIRAM ARREGO! pic.twitter.com/JRr3kQgz0C
— Thiago Greco (@thiagreco) March 11, 2021
Maicon, na época, usou esse fator para explodir em uma coletiva mais adiante, um dia depois da derrota de 1×0 para o Inter, em setembro, pelo Brasileirão. Ele não esteve em campo por dores musculares – foi neste jogo que ocorreu a troca de farpas com Rodrigo Dourado.
“No dia do Gre-Nal que ganhamos de 2×1 pelo Gauchão, vivíamos uma situação desconfortável na tabela e diziam que iriam rebaixar a gente. E não foi o que aconteceu, ganhamos deles de 2×1. Depois que fizemos dois gols, o D’Alessandro durante a partida veio falar comigo e disse que queria conversar. Mas eu falei pra ele jogar e deu. No final do jogo, ganhamos e já deu que enfrentaríamos eles duas vezes de novo pelas quartas. Depois desse jogo o D’Alessandro, o Roger, o Moledo e o Lomba vieram falar com a gente, pedindo para parar com as provocações. Com o “1 minuto de silêncio”, com o “Sasha c…”, com deboche, etc, mas o D’Alessandro esqueceu que ele era a peça principal que fazia os deboches com o Grêmio, ofendendo, pegando caixão. Mas aqui se faz, aqui se paga. Eu disse pros meus companheiros de Grêmio que eles tinham pedido isso, e a resposta do nosso grupo foi que não teria arrego, nada. Vamos ganhar e quando tiver que zoar, vamos zoar. E eles também. Vida que segue. Por isso, ali no vestiário domingo após o jogo o Damião passou dizendo que tínhamos que respeitar, e respeitamos mesmo, porque a gente vai ali e ganha, ganha títulos… e não existe acordo. Não sei da onde tiraram isso. No futebol não existe, ainda mais em clássico”, disse Maicon, na ocasião.
Antes da bola rolar no Gre-Nal, D’Alessandro e Maicon se desentendem. Grêmio vai vencendo o Inter por 2 a 0 https://t.co/5mCuI8p3gn pic.twitter.com/5nbzJMas5F
— ge (@geglobo) March 11, 2018
Antes desse mesmo Gre-Nal que terminou com vitória de 2×1 para o Grêmio, que mais tarde faturaria o Gauchão de 2018, D’Alessandro e Maicon se estranharam e quase brigaram no cara ou coroa antes da bola rolar. D’Ale, atualmente, defende o Nacional-URU, enquanto Maicon segue no Grêmio.