Um relato feito pelo diretor de futebol Sergio Vazques mostrou o quanto Kannemann se entregou pelo Grêmio na partida do último domingo, na Arena, na vitória de 3×2 sobre o Juventude, pelo Brasileirão. Segundo o dirigente, que revelou ter aplaudido a atitude, o argentino chegou no vestiário no intervalo afirmando que “não consigo mais jogar” pelas fortes dores que sentia.
Logo no início do segundo tempo, o estreante técnico Vagner Mancini entrou com Rodrigues na vaga de Kannemann e o jovem fez a parceria com Paulo Miranda no miolo de zaga até o apito final.
“O Geromel não voltou ainda e nós tínhamos dois zagueiros para esse jogo, sendo que o Kannemann entrou no vestiário no intervalo dizendo “eu não consigo mais jogar”. De tanta dor que ele estava. E eu aplaudi ele. Disse: “Olha, obrigado por ter nos ajudado em 45 minutos”. E o torcedor, que comprou a ideia e está acreditando, precisa entender. É com esse grupo de trabalho que nós vamos sair da encrenca que nós nos metemos”, relatou Vazques no programa Cadeira Cativa, da Ulbra TV, do jornalista Luiz Carlos Reche.
Ainda no domingo, em coletiva, o vice-presidente de futebol Denis Abrahão também fez uma menção de gratidão pela garra de Kannemann e revelou que, pelas dores crônicas no quadril, o jogador vem tomando injeção para atuar:
“O Kannemann hoje se machucou. Ou melhor. Que bicho fantástico ele é. É um galo. É muito valente. Joga com dor, joga sofrendo. Precisa tomar injeção pra jogar. Mas ele quer terminar. Vocês não imaginam a motivação dele no vestiário. Esse cara é um fenômeno no vestiário”, declarou Abrahão na sua última coletiva.
Os problemas físicos de Kannemann
Kannemann começou a sentir com mais intensidade o problema no quadril no início desse ano, quando inclusive ficou de fora da abertura da temporada para tratar. Ele voltou no jogo da eliminação na pré-Libertadores para o Del Valle e depois voltou a ficar um longo tempo afastado.
A opção de fazer uma cirurgia no local foi ventilada, mas o jogador sempre manifestou o desejo de seguir ajudando dentro de campo, e uma eventual operação o deixaria fora entre três a quatro meses. Os relatos internos dão conta de que há dias em que o jogador sente menos e em outros, mais.
Kannemann tem contrato válido até o fim da temporada de 2022. Em outros momentos, esteve na mira de clubes do exterior e o Grêmio sempre o segurou. Caso tenha condições, poderá ser titular no jogo contra o Atlético-GO, fora, segunda que vem, às 20h.