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Corinthians sofre, mas reage e elimina o Cruzeiro nos pênaltis rumo à final da Copa do Brasil

A Neo Química Arena virou palco de drama, reação e um desfecho que mudou tudo no detalhe

O Corinthians está na final da Copa do Brasil. O time perdeu por Corinthians 1×2 Cruzeiro no tempo normal, mas avançou nos pênaltis por 5×4, neste domingo (14/12), na Neo Química Arena. O roteiro foi cruel para o torcedor. O Corinthians levou dois golpes, respirou com um gol rápido e segurou a tensão até o fim. A classificação recoloca o clube em uma decisão nacional após três anos. O adversário da final sai de Fluminense x Vasco, que decidem a outra semifinal no Maracanã.

O Cruzeiro abriu o placar com Keny Arroyo, aos 39 do primeiro tempo, em cruzamento de Christian após participação de William. O Corinthians teve dificuldades para reter a bola e viu o rival controlar ações por muitos minutos. O goleiro Hugo Souza precisou aparecer cedo, com defesas importantes em chances de Matheus Pereira e Kaio Jorge. A equipe paulista tentou acelerar, mas não encaixou sequências longas de posse. Mesmo assim, o placar do intervalo manteve o Corinthians vivo no agregado.

No segundo tempo, o Cruzeiro ampliou aos 4 minutos, de novo com Arroyo, após assistência de Kaio Jorge. O lance chegou a ser anulado, mas o VAR validou a jogada por posição legal em impedimento ajustado. O Corinthians respondeu rapidamente e marcou aos 9 minutos, com Matheus Bidu, após cobrança de falta e desvio na área. O gol mudou o jogo e mexeu com o estádio. O Corinthians passou a pressionar, acertou a trave e obrigou Cássio a fazer defesas seguidas.

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Corinthians transforma pressão em coragem e decide a vaga na marca da cal

A disputa de pênaltis teve clima de decisão desde a primeira batida. Yuri Alberto parou em Cássio e colocou o Corinthians sob risco imediato. O Cruzeiro tentou usar a experiência de cobradores colocados no fim do jogo. Ainda assim, o protagonista foi Hugo Souza, com duas defesas que viraram o rumo do confronto. Gabigol bateu mal na quinta cobrança cruzeirense e parou no goleiro. Depois, Walace também viu Hugo Souza defender em momento decisivo. Do lado corintiano, Memphis Depay, Garro, Vitinho, Gustavo Henrique e Breno Bidon converteram.

O cenário já empurra o Corinthians para uma semana de calendário pesado. A final da Copa do Brasil será em dois jogos, com ida em 17 de dezembro e volta em 21 de dezembro. A CNN Brasil informou que a primeira partida será na Neo Química Arena, após a classificação corintiana. O clube ainda aguarda a confirmação de horários pela CBF, mas a estrutura da decisão já está desenhada. Para um elenco pressionado, a vaga funciona como alívio e também como cobrança por desempenho. A semifinal mostrou limites e virtudes ao mesmo tempo.

Do lado do Cruzeiro, o mata-mata carregava um debate forte sobre ambiente e apoio antes mesmo da bola rolar em São Paulo. Leonardo Jardim havia reclamado publicamente da falta de presença da torcida na Toca, em semana de semifinal. A fala repercutiu por tocar na parte emocional do grupo e na preparação para um jogo fora de casa. O Cruzeiro respondeu em campo com postura agressiva e chegou a ficar com a vaga na mão. Mesmo assim, o detalhe dos pênaltis derrubou a estratégia no fim.

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A cobrança de Jardim também expôs como o duelo estava no limite mental. O treinador queria pressão positiva e energia extra no dia a dia. Ele pediu uma visita de torcedores para estimular o elenco antes do confronto mais importante. O gesto virou tema entre torcedores e imprensa. A noite em Itaquera mostrou que o Cruzeiro competiu, mas pagou caro pelos erros finais.

“Eu achava que iríamos ter o apoio na Toca antes deste jogo tão importante, não tivemos. Peço aos nossos torcedores (…) que nos façam uma visita à Toca para motivar este pessoal”, disse Leonardo Jardim.

No Corinthians, a classificação também conversa com um clima de cobrança que vinha crescendo nas últimas semanas. Dorival Júnior já tinha mostrado incômodo com críticas após a vitória no Mineirão, no jogo de ida. A declaração ganhou novo peso depois de um jogo que exigiu sangue frio no pior cenário possível. O Corinthians podia cair em casa, com vantagem mínima anterior. Em vez disso, o time aguentou o golpe e sobreviveu na decisão mais ingrata.

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A fala de Dorival também ajuda a explicar o tom interno do Corinthians para o mata-mata. Ele citou processos, adversidades e a necessidade de confiança. O treinador falou como quem se protege do barulho externo. A vaga na final não encerra críticas, mas muda a fotografia do trabalho. Agora, a decisão vai exigir repetição de entrega e mais controle do jogo.

“Podem continuar criticando, para mim, pouco importa”, disse Dorival Júnior.

Com a vaga confirmada, o Corinthians encerra a noite com um herói definido e um alerta claro. O time sofreu quando perdeu a posse e quando deixou espaço para transições. Ao mesmo tempo, mostrou reação rápida e poder emocional para sobreviver. Hugo Souza decidiu, Bidu recolocou o time no jogo e Bidon fechou a conta. A final será outro teste de maturidade, com duas partidas e margem mínima para erro. O Corinthians chega lá com confiança alta, mas com ajustes urgentes.

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