Como Paulo Paixão convenceu Daniel Carvalho a deixar o Inter rumo ao futebol russo

Quando o então presidente Fernando Carvalho avisou Daniel Carvalho da proposta do CSKA, da Rússia, ainda no início de 2004, a reação instintiva do jogador do Inter foi se assustar. Não conhecia nada do país europeu, fora o frio, e desejava seguir mais tempo no Beira-Rio para chegar à Seleção principal.

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Mas uma conversa com o preparador físico colorado da época, Paulo Paixão, serviu para Daniel pensar mais no seu futuro e dizer “sim” aos russos.

“Eu tinha acabado de conquistar o Mundial sub-20, recém tinha feito 20 anos e muita gente me viu jogando. Quando me apresentei para jogar o Gre-Nal, o Fernando Carvalho (então presidente do clube), me chamou e falou sobre a proposta. Eu disse para ele: “Não gostaria de virar pinguim”. Eu não tinha noção, não sabia nada sobre a Rússia, só sabia que tinha gelo. Falei que queria continuar no Inter e ser convocado para a Seleção Brasileira. O Paulo Paixão, que era o preparador físico do Inter e da Seleção, ficou sabendo e me falou algo que eu nunca esqueci: “Daniel, tu vai ficar aqui e vai para a Seleção, mas daqui a 10 anos a Seleção vai botar comida na tua mesa? Pensa no teu lado financeiro. É um momento que o clube precisa”. Aí, eu aceitei, acertamos salários. Depois veio o Gre-Nal, eu fiz o gol, mas já tinha dado minha palavra”, revelou ao programa Bola nas Costas, da Rádio Atlântida.

Ele lembra que a sua venda, naquele momento, ajudou o Inter a se reestruturar:

“Não me arrependo. Na época, a venda rendeu quase 5 milhões de dólares. O Inter pegou esse dinheiro, reformou os vestiários, reformou a estrutura das categorias de base, comprou o Alex do Guarani… Então, até brinco que eu consegui ajudar”.

Relembre uma entrevista exclusiva do Zona Mista com Daniel Carvalho

Daniel ainda voltou em 2008 e foi campeão da Sul-Americana com o colorado. Antes de encerrar a carreira em 2017 no Pelotas, passou por outros grandes brasileiros como Atlético-MG, Palmeiras e Botafogo.

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