
Um torcedor do Inter virou símbolo da noite de alívio no Beira-Rio após a vitória por 3×1 sobre o Bragantino, resultado que garantiu o clube na Série A em 2026 e encerrou o Brasileirão com o Colorado em 16º lugar, com 44 pontos, apenas um acima do Z4. Enquanto a torcida ainda comemorava a fuga do rebaixamento, ele foi flagrado circulando pelo estádio de joelhos, com pedaços de papelão amarrados às pernas para não se machucar, pagando uma promessa que começou com Fernandão e, segundo ele, precisava terminar também com o ídolo colorado.
A cena foi mostrada ao vivo na jornada de Fabiano Baldasso no YouTube, logo depois do apito final. O repórter chamou a atenção para o torcedor ajoelhado, já visivelmente cansado, mas decidido a completar a volta inteira no anel do Beira-Rio. O colorado, emocionado, explicou que o gesto não era apenas por ele ou por um ídolo específico, mas pela nova geração de torcedores que cresceu sem ver o Inter conquistar grandes títulos.
Nesse contexto, o torcedor abriu o coração diante da câmera, misturando emoção, preocupação com os filhos e cobrança dura à direção do clube e ao presidente Alessandro Barcellos:
“Começou no Fernandão, termina no Fernandão. Toda a volta no Beira-Rio. Isso aqui não tem explicação. É que eu já falei e repito de novo. Não é por mim, não é por ele. É pela safra nova. Eu tenho uma filha de seis anos. Eu tenho um filho de 21 anos, que quarta-feira ele disse: ‘Como é bom ser flamenguista’. Os caras do Flamengo (foram campeões). Porque aqui a gente não ganha nada. Isso aqui não é por direção, não é por jogador. O jogador amanhã pode mandar todo mundo embora. E registra aí de novo, como eu falei: ‘Barcelos, por favor, não caiu (pra B), abandona o barco, tu não tem condições de ser presidente do Inter. Não tem’. Fica o Abel e o Abel recicla o que pode reciclar desse time. Era isso. Termina ali no Fernandão”, falou o torcedor que estava cumprindo promessa.

A fala ecoa o clima político pesado que cerca o Beira-Rio desde a reta final do campeonato, com conselheiros e movimentos internos pressionando por renúncia ou mudança de rota na gestão de Alessandro Barcellos, tema já tratado em detalhes pelo Zona Mista. O torcedor ajoelhado traduz, em forma de sacrifício físico, a sensação de desgaste de uma parte da torcida, que viu o clube flertar perigosamente com o segundo rebaixamento da sua história até a rodada final.
Promessa no Beira-Rio emociona Baldasso e expõe geração de colorados sem títulos
Na cabine da transmissão, Baldasso não escondeu o impacto com a cena. Ainda abalado pelo choro que tomou conta da live após a confirmação da permanência, ele tratou o gesto como uma síntese do amor da torcida pelo clube e destacou, sobretudo, a preocupação do torcedor com a “safra nova” de colorados, que se acostumou a ver o time sofrer mais do que conquistar.
O comunicador lembrou que muitos jovens já cogitam torcer para outros clubes em razão da falta de títulos recentes, e que cair para a Série B poderia afastar de vez uma parcela dessa geração. Ao mesmo tempo, ele se mostrou assustado com o risco de o torcedor se machucar nessa caminhada de joelhos, pedindo cuidado, mas sem deixar de reconhecer a força simbólica do ato.
“São demonstrações de amor. O torcedor tá pagando a promessa de fazer toda a volta no Beira Rio de joelhos. Botou um papelão ali pra não se machucar. Ele falou uma coisa muito importante ali, tá? É pela nova geração. A preocupação que ele tem, diz que tem uma filha de 6 anos de idade, de uma nova geração, que só estava acostumada a ver, que só está acostumada a ver o Inter perder. Se o Inter estivesse na Série B, provavelmente muitos não resistiriam. Muitos não resistiriam e não seriam (torcedores do Inter). Olha, o rapaz vai se machucar, pelo amor de Deus. Cara, que bonito, que bonito. É o Inter, só o Inter. Já viu alguém no mundo fazer isso?”, disse Baldasso.
Em uma noite de alívio, choro e promessas pagas, a imagem do torcedor de joelhos e as palavras de Baldasso reforçam a dimensão emocional da permanência do Inter na elite. Mais do que escapar da queda, o clube ganhou um retrato potente de como sua torcida ainda está disposta a sofrer — de corpo e alma — para manter viva a identidade colorada.
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