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“Qual foi o segredo?”: Casagrande revela resposta de Abel Braga após Inter escapar do rebaixamento

Colunista do UOL revela conversa privada com o técnico e mostra bastidores da última semana antes de Inter 3x1 Bragantino.

O SEGREDO REVELADO

O Inter ainda digere a fuga dramática do rebaixamento, mas as histórias de bastidores ao redor de Abel Braga seguem aparecendo. Poucas horas depois da vitória por 3×1 sobre o Bragantino, que manteve o Colorado na Série A com 44 pontos e na 16ª colocação, Walter Casagrande revelou uma troca de mensagens com o treinador em sua coluna no UOL.

No texto, o ex-centroavante lembra o ano ruim do Inter em todas as competições e compara a volta de Abel ao clube à cena clássica do comissário Gordon chamando o Batman quando nada mais funciona. A direção foi buscar o “Deus colorado” já aposentado, aos 73 anos, com salário simbólico e com apenas dois jogos para tentar uma missão quase impossível.

Inter, Abel e o bastidor da mensagem revelado por Casagrande

Casagrande conta que ficou intrigado com uma questão específica. Como um time “caído moralmente” conseguiu acreditar, em tão pouco tempo, que seria possível se salvar? Para responder, pegou o celular e pediu autorização para fazer a pergunta direto a Abel. A resposta veio em seguida, em tom de voz rouca, mas objetiva.

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Segundo o colunista, Abel explicou que a primeira decisão foi mexer no ambiente, e não na prancheta. Em vez de manter o treino previsto após a derrota para o São Paulo, na Vila Belmiro, ele mandou cancelar a atividade e liberou o elenco. O recado aos jogadores foi simples: ir para casa, encontrar esposas e filhos, respirar e reconectar com a própria vida antes de encarar a “final” contra o Bragantino.

Nos dias seguintes, veio o segundo passo. Abel disse ao grupo que não era maluco, e que só estava ali porque acreditava totalmente neles. A ideia era não sobrecarregar o elenco com novas informações, mas reforçar uma única mensagem central de confiança, repetida à exaustão dentro do vestiário. Essa convicção se somou a um ajuste tático específico para o jogo derradeiro.

“Fala, parceiro, beleza? Minha voz está um pouco rouca, mas nessa situação você não pode encher muito os jogadores de informação. Iríamos chegar no aeroporto de Porto Alegre depois do jogo contra o São Paulo, uma e pouco da tarde, e estava marcado treino e todos iriam para o CT, aí eu falei: ‘Vão todos para a casa de vocês encontrar suas esposas e filhos’. Nos dias antes do jogo contra o Bragantino, disse que eu não era maluco e que se estava ali era porque acreditava neles totalmente”, disse Abel Braga para Casagrande.

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De acordo com Casagrande, o técnico montou a equipe para ter sempre um homem a mais no meio-campo, apostando em superioridade numérica na região mais nervosa da partida. Na troca de mensagens, Abel reconheceu que tudo dependeria também dos resultados paralelos, mas ressaltou que precisava garantir o básico: um Inter intenso, competitivo e mentalmente vivo até o fim. No resumo que enviou ao amigo, o feito atribuindo grande parte do mérito ao elenco, dizendo que “os jogadores foram homens pra caramba” na reta final.

“Montei o time, criei a estratégia para ter sempre um homem a mais no meio-campo e eles compraram a ideia. Já pensou se os outros não fizessem os resultados, como não fizeram, e a gente não ganhasse? No fim, foi isso [que fiz], e os jogadores foram homens para caramba”, elogiou o técnico.

Casagrande fecha a coluna lembrando a personalidade de Abel em toda a carreira, desde os tempos de jogador até a tragédia familiar que marcou sua vida. Para o comentarista, o treinador escreveu mais um feito gigante com a camisa colorada, mas deixou também um alerta: se o Inter não se organizar melhor, talvez não tenha a mesma sorte em uma próxima vez.

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