
A derrota do Inter de 2×0 para o Mazembe, na semi do Mundial de 2010, ainda estava bem viva na memória de todo o povo gaúcho quando o Grêmio, no primeiro semestre de 2011, foi jogar contra o León de Huánuco, no interior do Peru, pela primeira fase da Libertadores. Autor do gol gremista no empate em 1×1, o ex-meia Carlos Alberto roubou a cena na comemoração ao quicar no chão igual o goleiro folclórico do Mazembe, Kidiaba, em um ato que virou espécie de corneta clássica aos colorados na época.
Tantos anos depois, Carlos Alberto explicou a história em nova entrevista dada ao jornalista Duda Garbi, onde admitiu ter recebido o “incentivo” do lateral-direito Gabriel, que também quicou no chão, além do meia Douglas. O ex-meia gremista ainda contou que se tratou de uma resposta ao centroavante Leandro Damião, que, dias antes, fez um gol pelo Inter e ironizou na comemoração o número generoso de acréscimos de uma vitória gremista sobre o Caxias.
“Foi em um jogo no Peru. Aí o Renato: ‘Não faz’. O Inter tinha perdido o Mundial, beleza. Aí o Leandro Damião… a gente tinha ganho um jogo no Gauchão que o juiz tinha dado sete minutos de acréscimos e a gente fez um gol nos acréscimos. Depois disso, ele fez um gol e faz na comemoração o gesto de 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. Ou seja, debochou da gente. Fiquei p… pra c…, não conheço o Damião e decidi debochar dele. Me falaram que eu não andaria em Porto Alegre mais, mas eu falei f…-se, vou fazer”, disse Carlos, antes de ampliar:
“Aí o Gabriel e Douglas toparam fazer e a gente arquitetou tudo na concentração. Era um jogo com altitude também. Mas nós fizemos. Cara, minha vida virou um inferno em Porto Alegre. Lá é diferente do Rio de Janeiro. A celebridade lá é Grêmio e Inter. Tive que tirar meus filhos da escola e trocar de colégio. Recebi ameaças. Mas não tenho medo de nada”.
Carlos Alberto gostou de jogar no Grêmio
Na mesma entrevista, Carlos Alberto relembrou como chegou no Grêmio e disse ter gostado de jogar no clube, ainda que tenha sido por um curtíssimo período do começo de 2011:
“O Grêmio tinha o Rochemback, o Rodolfo que tinha jogado comigo no Fluminense, o Gabriel, o Douglas, Borges e André Lima. Eu tive um desentendimento com o Roberto Dinamite no Vasco e fiquei um tempo em casa. Foi bom, pois fiquei com a minha família também. Aí o Renato me convidou, eu falei que queria ir. Todo mundo do grupo era meu amigo. Fizeram a reunião e os caras disseram para me trazer. Foi muito legal. Gre-Nal eu gostei de jogar, mas no interior era f…, tu não joga e a porrada come. Campo ruim, bola alçada, cotovelada, só que eu não corro do problema”, finalizou.