
Em uma concorrida coletiva de imprensa no final da tarde desta sexta-feira, o presidente colorado Marcelo Medeiros conversou com os jornalistas e confirmou aquilo que já era de conhecimento público: por motivos políticos, o mandatário decidiu demitir o então vice de futebol Alessandro Barcellos.
Medeiros se disse surpreendido ao tomar conhecimento de um protocolo de intenções assinado por Barcellos e outros membros da atual gestão com outras correntes políticas visando as eleições do fim do ano – o agora ex-vice de futebol pretende concorrer no pleito.
“Ser oposição ou situação no Inter é saudável. Faz parte. A gente entende isso como um processo natural e democrático. Acontece que ontem fui surpreendido com uma informação de que dois movimentos da atual gestão assinaram um documento para ser oposição. Alessandro me procurou na presidência hoje e me mostrou o documento. A presidência do clube não pode ser a última a saber das coisas”, explicou.
O presidente declarou que vai se dedicar “muito mais” ao futebol e que, em princípio, o cargo vago terá as suas respectivas funções divididas por ele próprio e pelo atual executivo Rodrigo Caetano.
LEGADO VINDO DA SÉRIE B
Ao fazer um balanço da gestão até agora, o mandatário lembrou como encontrou e pegou o clube no dia 3 de janeiro de 2017, tendo uma Série B pela frente:
“Eu assumi o Inter na Série B e estou entregando em uma pandemia. Estou preocupado em entregar o clube muito melhor do que eu recebi em 2017. O cenário que a gente pegou era difícil em todos os sentidos, com o caso do Victor Ramos (ex-zagueiro do Vitória, que o Inter apontava ter jogado o Brasileirão de 2016 ilegalmente), denúncias do MP sobre a outra gestão. A conquista do título coroaria um trabalho, mas a consciência do dever cumprido me faz ter tranquilidade. Segue o baile”.
Gre-Nal E CARGO DE EDUARDO COUDET
Perguntado sobre o desempenho do time no Gre-Nal de quarta-feira, que terminou com vitória do Grêmio no Beira-Rio por 1×0, pela Libertadores, Medeiros admitiu que não gostou do que viu em campo.
E, mesmo incomodado com a atual série de 10 Gre-Nais sem vencer, sendo cinco deles apenas em 2020, bancou completamente a continuidade de Eduardo Coudet até o fim da gestão.
“Eu garanto o Coudet mesmo com resultados negativos nos próximos jogos. Ele é um convicção do clube. Agora, é claro que eu não gostei do Gre-Nal. Eu também tenho o direito de me manifestar e trocar ideias com outros profissionais do clube. Não gostei do jogo que fizemos na Arena. Os jogadores e a comissão técnica sabem disso”, encerrou.
Fervendo politicamente e tentando evitar uma crise em campo, o Inter volta a campo neste sábado, 19h, em casa, diante do São Paulo.