A manifestação mais forte entre os personagens do futebol brasileiro sobre o coronavírus, neste domingo, partiu do técnico gremista Renato Portaluppi. Usando termos como “gostamos da nossa vida” e “tenho jogadores muito preocupados”, o treinador pediu a suspensão imediata dos jogos no Brasil.
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A opinião não é compartilhada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, que, em outras ocasiões, até contou com o apoio de Renato. Mas para o chefe do Executivo, dessa vez, cancelar os jogos por conta da pandemia que vem preocupando o mundo “contribui no histerismo”.
“Quando você proíbe jogos de futebol, entre outras coisas, você está partindo para o histerismo, no meu entender. Eu não quero. A CBF, que vai se reunir amanhã (segunda), poderia, no caso, vender um percentual de ingresso, levando-se em conta a quantidade de pessoas compostas na arquibancada e não partir para simplesmente proibir isso ou aquilo porque cancelar não vai conter o vírus. A economia não pode parar. Vai gerar desemprego”, frisou o político em entrevista à CNN Brasil.
Renato falou até em greve
Após a vitória gremista pelo placar de 3×2 sobre o São Luiz, na manhã deste domingo, Renato chegou a sugerir até uma greve caso a Federação Gaúcha de Futebol – que vai analisar o tema nesta segunda-feira – resolva manter as próximas rodadas do Gauchão.
Renato falou firme em sua coletiva de imprensa e pediu paralisação imediata dos jogos no Brasil – Foto: Divulgação/Grêmio“Tem que parar no Brasil inteiro. Se não quiserem parar, que assumam. Será que vai ter alguém com essa coragem ou a gente vai ter que entrar em greve? Vida não tem preço. Eu gosto da minha vida. Não acredito que alguém vai peitar o futebol brasileiro. Será que a gente vai chegar no ponto que os líderes dos times vão se reunir? Acho que não precisa disso. Nós somos humanos também. Temos famílias (…) acho que vai parar o Campeonato Gaúcho. Como vai ter clássico? Ah, não vai ter torcida, mas dane-se os jogadores? Dane-se a comissão técnica? A gente não tá pedindo nada demais. Se tudo para porque o futebol não vai parar?”, frisou.
No Rio Grande do Sul, a FGF suspendeu a rodada da Divisão de Acesso e manteve os jogos neste final de semana da Série A, mas todos eles com portões fechados. Nos últimos dias, a Conmebol suspendeu a Libertadores e a CBF fez o mesmo com os seus campeonatos.