Alex cita depressão por queda e saída do Inter: “Queria ficar, até como catador de bola”

Campeão da Libertadores e da Sul-Americana pelo Inter, sendo um dos principais nomes da história recente do clube, Alex Raphael também viveu o outro lado da moeda ao ter participado da trágica campanha de 2016, que culminou no inédito rebaixamento colorado.

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Para ele, o pior não foi nem a queda. Mas a decisão da nova diretoria encabeçada pelo presidente Marcelo Medeiros, que tomou posse em janeiro de 2017, de não mais querer os seus serviços no clube.

Alex foi mandado embora. E sofreu porque entendia claramente que, com o rebaixamento, passava a ter uma dívida a ser paga com o torcedor. Em participação no programa Os Donos da Bola, da Bandeirantes, nesta sexta-feira, revelou ter sofrido com depressão naquele momento.

“Eu sofri muito no final da minha carreira, porque, assim que o Inter caiu para a segunda divisão, eu queria ter ficado, mesmo que fosse catador de bola lá, para poder realmente sair dali não devendo nada diante de tudo que eu já tinha conquistado no Inter, porque eu fiquei com vergonha e queria, ao mesmo tempo, se fosse para receber, só no final, um salário mínimo… Eu tentei fazer de tudo e os caras falaram não”, relatou o ex-meia, que seguiu:

“Eu gostaria de participar do projeto de reconstrução do clube aonde eu vivi nove anos, então eu tenho uma gratidão e respeito pelo torcedor. Não é pela minha carreira, eu temia pelo torcedor”, colocou.

Alex não conseguiu evitar a queda do Inter em 2016 – Foto: Divulgação

Relação boa com a atual direção e fim da carreira

Apesar do trauma de não ter ficado no Inter a partir de 2017, por decisão da direção, Alex garante que, hoje em dia, mantém boa relação com os dirigentes colorados.

“Hoje, eu me dou bem com as pessoas que estão lá e me mandaram embora, como eu me dava antes. (…) O fato mais pesado foi de realmente não querer te ter por perto, como se você fosse uma laranja pobre. Não que a minha história de título fale por mim, mas muito mais a minha história como conduta, de pessoa, de profissional. A gente nunca fez nada diferente do que querer o bem do clube. E os caras falaram ‘não quero nem que você se reapresente'”.

Após deixar o clube do Beira-Rio no final de 2016, o meia não recebeu nenhuma proposta do seu agrado e resolveu se aposentar oficialmente dos gramados em 2019:

“Faz um pouco mais de três anos que eu não jogo. Hoje em dia que eu estou começando a me sentir um pouco melhor. Eu tive uma depressão num ponto que… Não foi só pelo final da carreira. Tenho certeza que foi por esse tratamento que eu recebi”, concluiu.

Alex conta que, até hoje, toma medicação contra a depressão. Além do Inter, ele passou por outros clubes como Guarani, Corinthians, Spartak Moscou, da Rússia e Al-Gharafa, do Catar.

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