Alex Bagé solta o verbo e critica Gustavo Quinteros após derrota no Gre-Nal: “Passo a duvidar dele”

Bagé não poupou criticas para Gustavo Quinteros: "Nosso treinador é cego taticamente"

O Grêmio enfrentou uma dura derrota por 2×0 para o Internacional em sua Arena, no último sábado, na primeira partida da final do Campeonato Gaúcho. Mesmo com o técnico Gustavo Quinteiros fora da beira do gramado, cumprindo suspensão pela expulsão na semi diante do Juventude, o treinador recebeu duras críticas do jornalista Alex Bagé.

Bagé não poupou palavras ao analisar a partida e expressou seu descontentamento com o desempenho do time e a falta de eficácia do treinador. “Eu vou dizer uma coisa, por mais que seja dolorido a gente falar isso, tá? Ficou barato o 2×0. Agora, nos últimos lances do jogo, o Wesley errou um gol porque foi displicente. Porque se ele vai e leva a sério, ele faz o 3×0 com facilidade. O Grêmio não enxergou o Inter”, disse.

E eu começo, a partir de hoje, a duvidar do Gustavo Quinteros. E podem, não tem problema nenhum, me xingar, quem quiser me xingar. Só não ofende, tá? Discordar faz parte. Eu começo a duvidar do Gustavo Quinteros porque eu tenho uma sequência de jogos do Grêmio em que toda ela teve dificuldade. Ele teve dificuldade contra o modesto São Raimundo, lá em Roraima, e a gente colocou um monte de desculpa. Acho que a gente está precisando entrar no momento, gremistas, de começar a aceitar o que está acontecendo”, comentou Bagé.

Reforços e dificuldades táticas e os momentos cruciais da temporada

O jornalista destacou que, apesar dos reforços que chegaram ao time, Quinteiros não conseguiu transformar a equipe. “Aí ele reclamava que não tinha reforço, hoje ele tem reforço e não sabe o que fazer com o time. A realidade é essa, o Gustavo Quinteiro tem uma dificuldade muito grande de entender o que é meio de campo. E meio de campo é fundamental em qualquer time do planeta”, afirmou.

Bagé relembrou momentos anteriores da temporada para ilustrar suas críticas. “Depois do jogo lá contra o São Raimundo, nós fomos jogar a semifinal contra o Juventude, vocês lembram o inferno que foi, porque teve um momento que estava 2×0 para o Juventude, ali eu achei que tinha acabado o campeonato. A gente faz um gol no final, aquela polêmica toda, vai para os pênaltis e aí brilha a estrela do Volpi e a gente passa. E aí a gente passa e começa a bater no peito e tem aquele orgulho, essa coisa desse gremismo, dessas coisas que parece que só o Grêmio faz com a gente. E sabe que é por causa disso ainda que acaba de terminar um jogo de 2×0 e eu ainda tenho que acreditar que seja possível a gente ser campeão no final de semana. Olha o quanto eu estou acreditando. Porque o Grêmio nos obriga a acreditar nisso”.

Para o jornalista, o futebol não pode mais ser tratado de maneira improvisada. “Mas a gente tem que chegar a uma conclusão que o futebol não é mais uma coisa empírica. O esporte hoje de alto rendimento tem algumas coisas que fogem do sobrenatural de Almeida. E a gente não pode sobreviver achando que toda semana a gente vai ter um novo DVD. Uma hora é a batalha de Roraima, outra hora é a batalha do Jaconi, agora vai ser a batalha do Beira-Rio. Não dá pra viver assim”, criticou.

Alex Bagé fala sobre falta de ajustes e critica Gustavo Quinteros

A atuação do time e as escolhas táticas do treinador também foram pontos de destaque nas críticas de Bagé. “O Grêmio trouxe um treinador justamente para que esse treinador pudesse arquitetar coisas que o Grêmio enxergava que não tinha mais no antigo técnico. E ele fez algumas coisas boas, eu não estou dizendo que está tudo errado o que ele faz, mas como é que ele projeta o time hoje, sendo que ele toma dois gols em dois ou três minutos no primeiro tempo, dois gols literalmente iguais. Ele tomou pelo lado direito de defesa que entra livre o jogador do Inter, que era o Carbonero, escolhe o que fazer pra poder comemorar o gol. E ele toma um segundo gol logo depois pelo lado esquerdo defensivo nosso, dentro da área, onde era simplesmente o principal jogador do adversário que entrava livre, que era o Alan Patrick, e que escolheu como ia bater na bola para fazer o gol”.

Bagé também questionou a falta de ajustes no time durante o intervalo. “E no segundo tempo, não contente, ele volta sem ter mexido no time, ou seja, ele achou que poderia mexer apenas com posicionamento e daqui a pouco ele fala o seguinte: já sei o que vou fazer, vou tirar o meu meia. Tá bom, quer tirar o meia, beleza, mas então põe o outro meia, que é o Cristaldo, porque não existe futebol sem planejamento, não existe futebol sem ligação, não existe futebol sem alguém que possa costurar o jogo. E aí ele tirou e botou o time com o Edenilson, que até entrou bem, mas não é a função do Edenilson armar time. E daqui a pouco, não contente, ele faz o seguinte: vou tirar o volante que comecei com o Camilo e vou botar o Dodi. Porque deve ser essa a solução do Grêmio, olhar para o banco de reservas, que até bem pouco tempo ele vivia enchendo o saco e reclamando que não tinha jogador”.

Alex Bagé falou sobre Villasanti

“O Grêmio, no primeiro tempo, foi um Grêmio morto. Foi um Grêmio que teve na figura do seu capitão alguém que não pode usar a braçadeira de capitão do Grêmio, que é o Villasanti.

E eu não estou dizendo que o Villasanti é mau jogador, muito antes pelo contrário, ele é bom jogador. Até bem pouco tempo eu vivia enchendo a boca dizendo que ele era o melhor volante da América.

Só que o Grêmio dentro de campo, hoje, precisava vibrar mais. O Grêmio precisava ser mais pulsante. O Grêmio precisava ser mais vivo. O Grêmio precisava ser muito mais acordado dentro de campo do que ele foi.

Olha, não fosse o peso da nossa camisa, eu diria que acabou o campeonato pro Grêmio. Porque tá 2×0. Os caras fizeram cera no primeiro tempo aqui. Tu imagina o que eles vão fazer lá no Beira Rio. E eles têm razão de fazer, porque ficou pro lado deles, porque nós oferecemos isso.

Nós permitimos o Internacional reagir num campeonato que eles já não sabiam mais o que fazer, de desespero que eles estavam. Porque eles sabiam que a tendência era o Grêmio confirmar esse título”.

Ao final do comentário, Alex Bagé fez um apelo à direção do clube.

“O Grêmio hoje entregou o título gaúcho. Ah, nós poderemos buscar na semana que vem? Poderemos por causa dessa camisa. Só por causa da camisa.

Porque hoje o Grêmio entregou de forma vergonhosa e poderia ter sido patrolado, massacrado, goleado. Poderia ter saído goleado da Arena hoje por merecimento do adversário. O adversário só está crescendo e rindo nesse momento porque nós permitimos.

O Grêmio hoje foi um time medroso e nosso treinador não soube o que fazer. Nosso treinador não sabe o que é montar meio campo de time. Não é a primeira vez que ele abre mão de meias. As coisas que a gente reclamava lá atrás do Renato. Não é a primeira vez.

Até quando vamos perder Gre-Nal? Vamos nos acostumar agora a perder o clássico? Outro dia comemoramos porque empatamos. Quer dizer que não perder o Gre-Nal já está bom? Não, não, não, dentro da nossa casa, com mais de 51 mil torcedores.

Abra o olho, presidente Alberto Guerra. Porque acho que nosso treinador é cego taticamente. Acho que ele não era tudo aquilo que imaginávamos. Ah, mas ele ganhou o campeonato argentino. Sim, no campeonato argentino, com dois palitos tu faz uma canoa. Vamos abrir os olhos. Eu só acredito no Grêmio ainda por se tratar de Grêmio”.

Bagé concluiu expressando seu descontentamento com o treinador e sua preocupação com o futuro do time. “Eu só acredito no Grêmio ainda por se tratar de Grêmio. Porque pelas mãos do meu treinador, eu estou desesperado”. Com a desvantagem no resultado, agora o Grêmio se obriga a ter que fazer 3 gols de diferença para ser campeão. Caso faça dois gols de diferença, a partida será decidida nos pênaltis.

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