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Alan Rodríguez revela que recebeu proposta de outros clubes e reforça identificação com o Inter

Uruguaio fala sobre rejeição ao Boca Juniors, relação com a torcida, inspiração em ídolos e peso da camisa colorada

Em sua chegada oficial ao Internacional, Alan Rodríguez foi apresentado como novo reforço colorado numa coletiva marcada por emoção, memórias e convicções. Vestindo a camisa 14 — símbolo de ídolos como Escurinho — o volante de 30 anos fez questão de reforçar o compromisso com o clube, a torcida e a história vermelha. A entrevista teve tom intimista, com referências à primeira visita que fez ao Museu do Inter em 2017, quando ainda atuava pelo Defensor.

A lembrança daquele dia retornou com força. Alan se emocionou ao relatar o impacto do que viu: “Me chamou a atenção como o povo ajudou a construir o estádio. Foi algo familiar, algo incrível. Me senti identificado. Isso ficou comigo até hoje.” Seu discurso foi além da nostalgia — apontou ali a origem de uma conexão com o clube que antecede qualquer contrato. O uruguaio demonstrou não estar apenas assumindo um posto, mas ingressando num projeto emocional e técnico que o atraiu desde o primeiro contato com a estrutura do Inter.

Essa identificação profunda teve peso decisivo na escolha pelo clube gaúcho. Alan revelou que recebeu propostas consistentes para continuar na Argentina, inclusive de um clube de grande porte, mas manteve a palavra dada a Andrés D’Alessandro e à diretoria colorada: “Recebi uma proposta muito boa (do Boca Juniors), até o último momento estavam me ligando. Mas eu havia dado minha palavra ao Andrés: que ia fazer todo o possível para chegar aqui.” Segundo ele, a confiança demonstrada por parte da direção foi um dos principais fatores para selar o acordo.

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“Eles me chamavam o tempo todo. Era uma boa proposta, mas já tinha dado minha palavra ao Andrés. Pedi que peleássemos juntos para chegar ao Inter. E conseguimos.”

Rafael Borré e Alan Rodríguez se encontram no primeiro dia do jogador no Inter
Foto: YouTube/TV Inter

Liderança, grupo e integração emocional

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Rodríguez é conhecido por seu perfil de liderança desde os tempos de capitão no Argentinos Juniors. Ao chegar no Inter, ele opta pela humildade, reforçando a importância de respeitar os líderes já estabelecidos no elenco. No entanto, não esconde a intenção de se integrar rapidamente e contribuir com o coletivo. “Não tem período de adaptação. Tenho que ser mais um como se estivesse aqui há muito tempo. Conversar com cada um, conhecer, entender e ajudar. Acredito que isso é essencial para fazer as conexões dentro de campo.”

Essa abordagem se reflete em sua maneira de lidar com momentos difíceis, como a recente derrota para o Fluminense: “As derrotas às vezes são inevitáveis. Mas depende de como o grupo toma isso. Temos que seguir com alegria, atitude e energia. Não há tempo para lamentar.” Ele acredita que o emocional é parte fundamental da performance e, por isso, valoriza conversas individuais com os companheiros — um método que já aplicava na Argentina e pretende manter em Porto Alegre.

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Sua conversa inicial com o técnico Roger Machado foi centrada na função tática. Alan Rodríguez revelou que se sente mais confortável atuando como segundo ou terceiro homem no meio-campo, flutuando entre as posições de 8 e 10. Ao mesmo tempo, garantiu flexibilidade para se adaptar às necessidades do time: “Me sinto cômodo jogando no meio. Mas se a equipe precisar de mim em outra função, estarei à disposição.” Sem a posse de bola, destaca sua intensidade e comunicação, afirmando que gosta de “contagiar e transmitir confiança”.

Coletiva de apresentação do meio-campista Alan Rodríguez, novo jogador do Inter
Foto: YouTube/TVInter

Desafios táticos e pressão competitiva

O Inter vive um momento de reformulação e aposta em Alan Rodríguez como peça para preencher lacunas no meio-campo. Com a lesão de Fernando, considerado craque por D’Alessandro, o novo reforço herda não apenas espaço tático, mas também responsabilidade. Alan reconhece o desafio: “Ele deixou a vara muito alta. Mas cada um tem suas ferramentas para se defender dentro de campo. E eu vou tentar ser fiel às minhas.”

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O uruguaio encara a pressão como estímulo, e não como obstáculo. Ao ser perguntado sobre jogar na Libertadores contra adversários como o Flamengo, ele demonstrou tranquilidade e preparo emocional. “Estou bem preparado. Gosto de sentir essa exigência. Isso me motiva. Não é pressão negativa, é sinal de grandeza.” E para lidar com esse ambiente, aposta na repetição e no cotidiano como forma de se fortalecer: “Não é algo que se resolve num dia. É dia a dia, fortalecendo mentalmente, fisicamente e sentimentalmente.”

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Alan destacou ainda o papel da torcida no processo de adaptação. Segundo ele, o ambiente vivido no Beira-Rio durante o jogo contra o Fluminense foi impactante. E vê na cultura uruguaia e na relação com o torcedor colorado um elemento facilitador: “Há muitas semelhanças que ajudam na adaptação fora do campo. Isso é positivo para mim e minha família.” Ele se mostrou grato pela presença da bandeira do Uruguai nas cores do Inter na Guarda Popular, como símbolo de acolhimento e identificação.

Alan Rodríguez, novo jogador contratado pelo Inter
Foto: YouTube/TV Inter

O escudo e o legado que inspira

A consciência sobre o tamanho do desafio é um dos pontos altos da coletiva. Alan não ignora o peso simbólico da camisa que veste. Ele sabe da trajetória de figuras como Figueroa, Guiñazú e D’Alessandro, e escolhe um caminho de dedicação e entrega. “Sei o que representa o clube. E o mais importante é competir, estar à altura e colocar o escudo do Inter acima de tudo. Como disse o Andrés: juntos é a única forma de conseguir coisas grandes.”

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