O destino pregou uma enorme peça no Inter na última rodada do Brasileirão de 2009, quando sonhava em vencer o campeonato para sair de uma longa fila desde a década de 70, mas dependia do maior rival Grêmio para isso. No final das contas, o colorado até fez a sua parte ao vencer o Santo André em casa, mas viu o tricolor receber a virada do Flamengo, que ficou com a taça no Maracanã.
Até hoje, colorados reclamam de uma suposta “entregada” do Grêmio naquela tarde – algo que a própria torcida gremista não apenas queria, como exigia. Mas, segundo Adriano, o Imperador, nada disso foi sentido em campo pelo time rubro-negro, que saiu perdendo com gol de Roberson e precisou virar com David Braz e Ronaldo Angelim.
“O Grêmio não lutvva por mais nada, e veio pro Rio com time reserva. Fora que o nosso grande adversário era o Inter, maior rival dos caras. Não tinha como dar errado. A nossa torcida gritou: ‘Entrega’, quando o Grêmio entrou em campo. Papo reto mesmo. Lá no Rio Grande do Sul, o bicho pega. Os caras se odeiam e a arquibancada do Maracanã aproveitou para tirar onda”, diz Adriano, no seu recente livro lançado, “Meu medo maior”.
Adriano relembra que o Grêmio, mesmo com reservas, estava “cheio de garotos querendo se mostrar”. Um deles, por exemplo, era Douglas Costa, que mais tarde faria carreira na Europa e na Seleção Brasileira.
“Na teoria, era para ser um jogo fácil pra gente. Os outros três candidatos ao título estavam em campo também. O Inter era o rival melhor colocado, mas dependia do Grêmio para ser campeão. Até a torcida gremista estava pedindo para eles entregarem, mas isso é papo de torcedor. O jogador quando entra em campo quer vencer e f…-se o resto. Ainda mais aquele time dos caras, cheio de garoto querendo se mostrar. Imagina calar o Maracanã? Isso aí faz o filme de qualquer um”, amplia Adriano, antes de finalizar:
“Fora que os caras têm a oportunidade de aparecer e fechar um contrato na Europa. Se não acreditam em mim, só vejam como foi o primeiro tempo. Os garotos deles vieram para cima e a nossa torcida sentiu”.