
O Inter abriu oficialmente um novo capítulo da sua reconstrução ao apresentar Abel Braga como diretor técnico e confirmar Paulo Pezzolano como treinador para 2026. Na mesma noite em que assumiu o cargo, Abel deixou claro que a escolha do uruguaio não é apenas para apagar o incêndio pós-luta contra o rebaixamento, mas sim para mudar o patamar de projeto.
A ideia é simples no discurso, mas ambiciosa na prática: transformar o Inter em um clube que planeja ciclos de dois, três ou quatro anos com o mesmo comandante, sem repetir o roteiro recente de demissões em série.
Ao responder sobre o perfil do novo treinador, Abel reforçou que pesou o histórico de trabalho intenso, capacidade de adaptação ao país e à cultura do clube, além das referências dadas por ex-jogadores e dirigentes que trabalharam com Pezzolano. O dirigente também admitiu que, antes de chegar ao uruguaio, o Inter tentou Tite e ouviu uma negativa respeitosa, mas não ficou paralisado por isso. A leitura interna é de que o clube encontrou um profissional jovem, “louco por trabalho” e com perfil para liderar uma reconstrução anímica e competitiva ao mesmo tempo.
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No discurso, Abel deixou escapar também um recado direto à própria história recente do Inter. Ele falou em “pensar grande” mesmo sem competição internacional em 2026, e avisou que o clube não pode se transformar em “máquina de trocar treinador” a cada dois ou três meses. A meta passa por reconstruir confiança, usar melhor a base e, dentro de um ano de transição, voltar a disputar vagas em Conmebol Libertadores e fases agudas de Copa do Brasil. O recado ao torcedor é de paciência com o processo, mas com cobrança alta sobre desempenho e entrega.
Inter aposta em continuidade com Pezzolano mesmo com cláusula para a seleção uruguaia
Do lado de Pezzolano, o discurso reforça a ideia de compromisso com o projeto colorado, mas com um ponto sensível no contrato. Em entrevista à rádio uruguaia El Espectador, citada pela imprensa local, o treinador revelou que todos os seus vínculos de clube incluem uma cláusula específica para liberação em caso de convite da seleção uruguaia. Segundo ele, isso não significa que esteja se oferecendo ao cargo, e sim que mantém vivo o sonho pessoal de dirigir a Celeste em algum momento da carreira.
Na prática, isso significa que o Inter conta com um técnico motivado para reconstruir o vestiário e recolocar o time em outro patamar competitivo, mas que pode virar alvo da seleção do seu país se o ciclo de Marcelo Bielsa terminar durante o período de contrato. O próprio Pezzolano fez questão de demonstrar respeito ao atual treinador e afirmou torcer por uma grande Copa do Mundo do Uruguai em 2026, o que, em tese, afastaria qualquer movimento imediato nessa direção.
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