Ao recordar as façanhas de 2006 com o Inter em entrevista ao Globoesporte.com, o técnico Abel Braga tratou de dividir os méritos com Muricy Ramalho, que havia iniciado todo o processo de reformulação no Beira-Rio em 2003 e deixou o clube rumo ao São Paulo no final de 2005.
Abel recebeu peças pontuais para iniciar o trabalho em 2006 como Fabiano Eller, Rubens Cardoso e Fabinho, mas inegavelmente usou parte do que foi montado por Muricy – no ano anterior, vale lembrar, o colorado foi vice-campeão brasileiro na polêmica disputa com o Corinthians.
“O Muricy havia deixado a equipe praticamente montada. Era um grupo muito bom de trabalho, com um coletivo muito forte. Ao longo do ano chegaram o Wellington Monteiro, o Hidalgo, o Vargas, lancei o Pato e o Luiz Adriano. Mas a base era o time do Muricy”, admitiu Abel.
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Por ironia do destino, o primeiro grande feito daquele Inter de Abel em 2006 foi contra o próprio Muricy Ramalho, que fazia o seu início no São Paulo. O tricolor paulista acabou batido na decisão da Conmebol Libertadores.
“Eu nem ganhava tão bem no Inter e o contrato não tinha multa nenhuma. Para mim, pessoalmente, seria ótimo. Ficar perto dos meus filhos, que me ligavam perguntando se eu era louco de não aceitar. Mas não fui pelo compromisso e pelo planejamento que a gente tinha no Inter. Aí depois do fim do contrato sim, no final de 2005, o São Paulo convidou de novo depois que o Paulo Autuori foi embora após o Mundial. Eu já estava cansado de ficar longe da família. Acabei deixando um timaço pro Inter, que no ano seguinte ganhou de mim na Conmebol Libertadores”, lembrou Muricy recentemente ao jornalista Jorge Nicola.
Além da Conmebol Libertadores, o Inter na temporada de 2006 ainda foi mais além ao vencer o Mundial de Clubes em final histórica vencida por 1×0 sobre o Barcelona.
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