O surgimento meteórico de Alexandre Pato no Inter, logo no vitorioso ano de 2006, foi uma das pautas da recente entrevista dada pelo treinador colorado da época, Abel Braga, ao jornalista Duda Garbi. O ex-técnico rasgou elogios ao atacante e lembrou a dificuldade que a sua dupla de zaga titular, Índio e Fabiano Eller, teve para marcá-lo nos primeiros treinos.
Abelão também confirmou que só começou a utilizar Alexandre Pato depois que ele acertou uma renovação contratual com o Inter. Até então, a direção vinha “escondendo” o jovem jogador como forma de se proteger.
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“Nós já tínhamos observado jogos e treinos da base, quando eu falei com o Fernando Carvalho, que disse para eu não botar ainda, que ele não tinha renovado. Até que ele se acertou com o clube. O presidente pediu para eu fechar o treino no Beira-Rio. Fechei. Deu pena o que ele fez com o Fabiano Eller e com o Índio. Saímos dizendo exatamente isso: era um fenômeno. Dei sorte de lançar muitos caras, muito. Sempre tentei mostrar caminho e conduta. Mas nada como o Pato. Surreal”, afirmou Abel.
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Logo na estreia, Pato fez gol, deu assistência e brilhou em uma goleada fora de casa sobre o Palmeiras pelo Brasileirão. Em seguida, foi titular colorado na campanha do Mundial de Clubes da Fifa em vitória na final sobre o Barcelona. Sua venda aconteceu no meio de 2007 para o Milan, da Itália. Em 2020, após sair do São Paulo, teve conversas para retornar, mas não efetivou.
“Aí ele acertou, ficou liberado para jogar e eu já disse que botaria contra o Palmeiras fora de casa. O Fernando me olhou, tipo assim, ‘já?’. E eu: ‘Sim, não tenho tempo para perder’. E ele foi lá e arrebentou com o jogo. Era surreal, surreal. Era muita qualidade só para apenas um garoto. Ele conseguia driblar os caras de costas pela velocidade de raciocínio. Ele sabia como o marcador se posicionava e saía sempre do lado oposto. Uma facilidade incrível. Ele era fora do comum”, finalizou Abel.