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Após vitória do Botafogo sobre o PSG, Vagner Martins defende SAF no Inter

Jornalista colorado vê modelo associativo como ultrapassado e cobra mudança estrutural no Beira-Rio

A vitória do Botafogo por 1×0 sobre o PSG, com gol de Igor Jesus, pela segunda rodada da fase de grupos da Copa do Mundo de Clubes da Fifa, não repercutiu apenas entre os torcedores alvinegros. No Beira-Rio, o resultado serviu como combustível para um antigo debate: a adoção do modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF) no Internacional.

O jornalista Vagner Martins, conhecido como Vaguinha, publicou um vídeo em seu canal no YouTube no dia seguinte à vitória do clube carioca, defendendo que o Inter siga o mesmo caminho do Botafogo e adote o modelo empresarial. Identificado com o Colorado, Vagner não poupou críticas à atual estrutura administrativa do clube.

“O que o Botafogo está vivendo é por causa da SAF. Não é o mesmo poder do Flamengo e do Palmeiras, mas é a SAF que deu certo. E a partir de agora vou defender SAF no Inter. Temos que debater internamente o modelo. Quero discussão sobre SAF, que é o caminho do futebol. Cansei de ficar em cima do muro. Conselheiros, vão estudar para esse debate. O modelo antigo fracassou e está enterrado. A prova é o resultado de campo que nós temos: uma guerra para ganhar um Gauchão”, declarou Vagner.

Segundo ele, os bons resultados e os títulos mais expressivos nos próximos anos ficarão concentrados nas mãos dos clubes que adotarem o modelo SAF, com maior capacidade de investimento e gestão profissionalizada. O jornalista também citou o exemplo do Grêmio, que, mesmo com estrutura semelhante à do Inter, vem enfrentando dificuldades para se manter competitivo nos últimos anos.

Modelo SAF ainda divide opiniões no Beira-Rio

Apesar da repercussão do vídeo e da crescente pressão de parte da torcida, o tema SAF no Inter ainda está longe de ser uma realidade. O presidente Alessandro Barcellos, cujo mandato vai até o final de 2026, não tem a pauta como prioridade no momento. A atual gestão segue focada na recuperação esportiva da equipe, que ocupa a zona de rebaixamento no Brasileirão e se prepara para decisões importantes na Copa do Brasil e na Libertadores.

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Nos bastidores, no entanto, o assunto começa a ganhar corpo. Alguns conselheiros já iniciaram conversas informais para entender melhor como funcionaria a transição para o modelo SAF e quais seriam os impactos jurídicos, financeiros e políticos para o clube. Ainda assim, não há previsão de votação ou implementação do projeto no curto prazo.

O estatuto do Inter, atualmente, não impede a transformação em SAF, mas qualquer mudança estrutural dessa magnitude exigiria aprovação do Conselho Deliberativo e, possivelmente, de uma Assembleia Geral de sócios.

Enquanto isso, o Botafogo colhe os frutos da sua transformação. Desde que foi adquirido por John Textor, em 2022, o clube carioca passou por uma reestruturação profunda, conquistou a Libertadores de 2024 e agora disputa o Mundial com chances reais de avançar às oitavas de final. A vitória sobre o PSG, atual campeão da Champions League, foi vista como um marco da nova era alvinegra.

Torcedor do Grêmio abraça Igor Jesus na comemoração do gol contra o PSG na Copa do Mundo de Clubes
Foto: Transmissão FIFA

Análise: os impactos da SAF no futebol brasileiro

Desde a sanção da Lei nº 14.193/2021, que criou a SAF, o futebol brasileiro passou a experimentar uma nova era de gestão. Clubes como Cruzeiro, Vasco, Bahia, Botafogo e Atlético-MG já aderiram ao modelo, com diferentes níveis de sucesso e estrutura.

Entre os principais impactos observados:

  • Profissionalização da gestão: a SAF exige práticas de governança, transparência e responsabilidade fiscal, afastando o amadorismo que marcou décadas de administrações associativas.
  • Atração de investimentos: com estrutura empresarial, os clubes passam a captar recursos de investidores nacionais e estrangeiros, como o Grupo City (Bahia) e a 777 Partners (Vasco).
  • Redução de dívidas: a SAF permite a separação entre o passivo da associação e a nova empresa, facilitando a renegociação de dívidas e a reestruturação financeira.
  • Aumento da competitividade: clubes SAF têm investido pesado em elencos e infraestrutura, como o Botafogo, que conquistou a Libertadores e agora brilha no Mundial.
  • Valorização do mercado: segundo estudo do MixVale, a Série A registrou aumento médio de 13,5% ao ano nos salários dos jogadores após a chegada das SAFs.

Por outro lado, há desafios:

  • Preservação da identidade: muitos torcedores temem perder o controle sobre o clube e sua história.
  • Conflitos entre interesses empresariais e esportivos: investidores podem priorizar retorno financeiro em detrimento de conquistas esportivas.
  • Processo jurídico complexo: a transição exige estruturação estatutária, cisão de ativos e aprovação interna, o que pode levar meses ou anos.

No caso do Inter, a discussão está apenas começando. Mas a tendência é que, com o avanço das SAFs no Brasil e os resultados em campo, o tema ganhe cada vez mais espaço no debate político e institucional do clube.

Próximos jogos do Inter antes da janela de transferências

  • 12/07 – Inter x Vitória (Beira-Rio) às 16h30 – Brasileirão
  • 20/07 – Inter x Ceará (Beira-Rio) às 11h – Brasileirão

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