O Internacional comemorou, neste domingo, a conquista do Campeonato Gaúcho de 2025 após empatar em 1×1 com o Grêmio no Estádio Beira-Rio. Com a vantagem de poder perder por até 1×0 para garantir o título, o Colorado quebrou um jejum de oito anos sem conquistas estaduais. Durante a coletiva de imprensa, o presidente Alessandro Barcellos e o técnico Roger Machado destacaram a importância dessa vitória, não apenas para o clube, mas também para seus apaixonados torcedores.
“Esse vestiário tem identidade com o clube. Isso fez diferença. […] Nós sempre dissemos que os nossos adversários eram os 11 do outro lado, não os tabus ou os números”, afirmou Roger. Ele destacou ainda como a vitória reforça o trabalho de toda a comissão técnica e jogadores, projetando um grupo mais preparado para enfrentar os desafios das competições nacionais e internacionais, como a Libertadores e o Campeonato Brasileiro. Roger também comentou sobre o amadurecimento como profissional, enfrentando os rótulos e desafios impostos ao longo da carreira. Ele destacou que a busca pela evolução contínua e a resiliência foram essenciais para conquistar o respeito e o sucesso:
“Sempre soube que teria que ser muito melhor do que um treinador branco para ser reconhecido. Isso me fez buscar muitas ferramentas e trabalhar com confiança e determinação”.

Já o presidente Alessandro Barcellos fez questão de enfatizar que a conquista do Gauchão é fruto de um trabalho coletivo que une a torcida, os jogadores e os dirigentes. “Isso é mérito de muita gente, de um clube que voltou a se unir. […] A começar com um vestiário que tem identidade com o clube, aliado a um planejamento robusto para enfrentar um calendário desafiador”, afirmou.
Barcellos destacou que a vitória serve como alicerce, mas não pode gerar acomodação. “A régua subiu, e precisamos continuar competindo para buscar mais títulos”. O dirigente também relembrou sua trajetória pessoal com o clube, emocionando-se ao contar histórias de sua infância como torcedor apaixonado e sua caminhada até a presidência. Ele vê na conquista não só um momento de glória, mas um símbolo de união e energia positiva que fortalecerá o Colorado para os desafios futuros.
“Minha vida não tinha como previsão, como objetivo de vida, ser presidente do Internacional, e as circunstâncias me levaram a aceitar esse desafio com o apoio de muita gente que vem até hoje me apoiando e trabalhando. Passa um filme na cabeça da gente. Lembro de quando, menor de idade, eu pedia para que as pessoas deixassem eu entrar acompanhado, porque só entrava menor com o acompanhante. Eu ia para a porta do Olímpico, queria ver um Gre-Nal, e perguntava a qualquer um que chegava se podia me deixar entrar junto. Escondido da minha mãe e do meu pai, eu pegava uma caixinha de botão, saía de casa dizendo que ia jogar botão na casa de um amigo, escondia a caixinha em umas moitas, atravessava a praça e o estacionamento, e ia pra torcida do Inter. Sempre teve alguém que me acolheu, me estendeu a mão e me colocou para dentro do estádio”, contou, antes de finalizar:
“Algum irresponsável, é verdade, mas a esses também deixo minha homenagem. São anônimos, pessoas que eu nunca mais vi na vida, mas que foram parte dessa minha história”.